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UE espera fechar acordo com Mercosul ainda em dezembro

Representantes dos dois blocos econômicos iniciaram nesta quarta-feira (29/11) uma nova rodada intensiva de negociações em Bruxelas, na Bélgica

O comissário europeu de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Phil Hogan, afirmou nesta quarta-feira (29/11) que espera superar a "grande distância" existente entre os países do Mercosul e da União Europeia (UE) para chegar ao texto final do acordo comercial entre os blocos ainda em dezembro deste ano. A informação é da agência EFE.

Representantes dos dois blocos econômicos iniciaram nesta quarta-feira (29/11) uma nova rodada intensiva de negociações em Bruxelas, na Bélgica. Hogan afirmou que a Comissão Europeia (CE) está trabalhando em um novo acordo, mas destacou que o pacto também depende dos países do Mercosul.

"A UE quer um acordo no fim do ano, mas certamente há uma grande distância entre nós e os países do Mercosul em muitas áreas nesse momento. Esperamos poder reduzir as distâncias nas próximas duas semanas para conseguir um acordo, mas é preciso que as duas partes sejam capazes de chegar a um pacote equilibrado", explicou o comissário em entrevista à EFE.

Agricultura, serviços e acessos aos mercados dos dois blocos são alguns dos temas que mais separam o Mercosul e a União Europeia. Um dos pontos mais disputados é a busca por uma solução para produtos agrícolas sensíveis, como a carne bovina e o etanol.

As restrições impostas pelos países do Mercosul em relação aos produtos agrícolas foram criticadas por Hogan, que avaliou que não há "reciprocidade" em relação a outros pontos discutidos no acordo.
A UE ofereceu, em setembro, à Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai uma cota de exportação de 70 mil toneladas de carne bovina e de 600 mil toneladas de etanol. A proposta, no entanto, foi considerada como insuficiente pelos países do Mercosul.

"Esse é um acordo que abrange muito mais do que carne, tem uma ampla variedade de produtos que a UE quer exportar aos países do Mercosul e que não estão sendo levados em consideração nesse ponto das negociações. Tem de haver reciprocidade em relação ao valor de mercado, e não vemos isso nesse momento", disse Hogan.

O comissário espera que os representantes do Mercosul sejam mais flexíveis no dia 10 de dezembro, em Buenos Aires, em um encontro entre os dois blocos que ocorrerá em paralelo à reunião ministerial da Organização Mundial de Comércio.