No entanto, devido à idade avançada de Gr;ning, o centro de detenção terá de fornecer equipamentos adequados e cuidados médicos. Durante seu julgamento em julho de 2015, o ex-contador foi censurado por aceitar "um trabalho de escritório seguro" em uma "máquina destinada a matar pessoas" e "insuportável para o espírito humano".
Em suas requisições, o promotor colocou na balança a "contribuição menor" de Oskar Gr;ning para o funcionamento de Auschwitz, que se tornou símbolo do inferno vivido nos campos de concentração, com um número "quase inimaginável" de vítimas.
Enquanto o homem assumiu uma "falha moral" e pediu desculpas, sua defesa implorou a absolvição, justificando que ele não "contribuiu" de forma concreta para o Holocausto. Muito antes de ser pego pela Justiça, este ex-voluntário no Waffen SS havia contado sua experiência em Auschwitz, de 1942 a 1944, em um livro de memórias para seus familiares e em longas entrevistas para "lutar contra o negacionismo".
"Auschwitz é um lugar, no qual ninguém deveria ter-se envolvido", admitiu ele. As partes civis comemoraram que, "pela primeira vez depois de meio século de julgamento de crimes nazistas, um acusado reconhece oficialmente sua culpa e pede desculpas por isso".
- Processos tardios -
As acusações contra o ex-SS foram baseadas em dois pontos: na acusação de ter apoiado o regime financeiramente, enviando dinheiro dos deportados para Berlim, e por ter assistido três vezes à separação na entrada do campo dos recém-chegados entre os considerados aptos ao trabalho e aqueles imediatamente mortos.
Ele se defendeu, assegurando que seu único papel era evitar o roubo da bagagem dos deportados, sem qualquer ligação com o extermínio, e lembrou seus três pedidos infrutíferos de transferência para a frente de combate.
O ex-contador de Auschwitz é um dos últimos nazistas a comparecer perante os tribunais. Da mesma forma, outros três réus - John Demjanjuk, Reinhold Hanning e Hubert Zafke - foram todos condenados nos últimos anos, ilustrando a severidade, mas muito tardia, da Justiça alemã.
No caso de Hubert Zafke, um ex-enfermeiro de Auschwitz de 96 anos, a Justiça alemã arquivou o processo em setembro, considerando que ele não era mais "apto a comparecer diante do tribunal", uma decisão que chocou as famílias das vítimas. Cerca de 1,1 milhão de pessoas, judeus em sua maioria, morreram no campo de Auschwitz-Birkenau entre 1940 e 1945.