Uma explosão repentina em imersão poderia explicar a ausência de sinais de emergência, como liberar balsas, ou radiobalizas para ajudar no resgate, como indicam os procedimentos navais habituais. A notícia causou revolta aos parentes dos tripulantes e a sensação de que a embarcação agora não passa de um túmulo no fundo do mar.
"Quero dizer ao almirante (Marcelo Srur, chefe naval) que ele não está em condições de ter uma força sob seu comando, que deve ir embora, e ao presidente (Mauricio Macri) que ponha ordem nisso", reclamou María Rosa Belcastro, parente de um tripulante falando à imprensa em Mar del Plata (400 km ao sul da capital), a cuja base naval a embarcação deveria ter chegado na segunda-feira.
O ministério da Defesa não se pronunciou, mas fontes citadas pela imprensa local falam que vão rolar cabeças nos altos comandos da Armada, a Marinha de Guerra argentina.
Tristeza
Pais, mães, filhos e irmão protagonizaram na véspera cenas comoventes ante a notícia da explosão. A maioria se negou a falar com os jornalistas e deixou discretamente a base naval para chorar seus entes queridos na intimidade. Mas muitos parentes não ocultavam sua revolta ante o que consideraram uma informação de que todos os tripulantes estariam mortos.
A versão oficial da Armada diz textualmente: "Tratou-se de um evento anômalo, singular, curto e não nuclear consistente com uma explosão. Está faltando saber onde está o submarino e a que profundidade".
As buscas se intensificaram nesta zona com navios oceanográficos com sondas de varredura e aviões com detectores magnéticos. Cerca de 4.000 efetivos procuram o "ARA San Juan" em navios e aviões da Argentina, Alemanha, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Noruega, Peru, Reino Unido e Uruguai.