Tawhid Kabir, 20 anos, trocou Daca por Nova York em 2015. Na terça-feira (31/10), o estudante bengali não teve outra ideia quando colegas gritaram que havia um atirador no meio da rua. Acostumado a produzir vídeos para o Snapchat, um software para transmissão instantânea de imagens, o estudante pegou sua câmera e começou a filmar. "Eu não sabia que ele tinha matado pessoas. Pensei que fosse uma brincadeira de mau gosto, algo como as pegadinhas de Jalals no YouTube. A arma grande que ele carregava e a barba pareciam falsas, por isso, imaginei uma pegadinha de Halloween", contou ao Correio.
O ataque
O agressor foi identificado como Sayfullo Saipov, 29 anos, um cidadão do Uzbequistão que mora nos Estados Unidos desde junho de 2011. Segundo testemunhas, o agressor jogou a caminhonete contra ciclistas e pedestres e gritou "Allahu Akbar" (Deus é grande, em árabe) antes de ser baleado pela polícia.
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Na manhã desta quarta-feira (1;/11), o Uzbequistão se comprometeu a cooperar com as investigações sobre o atentado. "O Uzbequistão está disposto a usar todas as suas forças e recursos para ajudar na investigação sobre este ato terrorista", afirmou o presidente uzbeque Chavkat Mirzioyev, citado em um comunicado do ministério das Relações Exteriores.
O ataque matou oito pessoas, incluindo cinco argentinos, e deixou 11 feridos. O Uzbequistão, uma ex-república soviética de maioria muçulmana, tem centenas de cidadãos lutando em grupos jihadistas no Iraque e Síria, segundo estimativas dos serviços de segurança russos.
Ontem o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o autor do atropelamento era um ;doente perturbado; e afirmou que esse tipo de ataque não deve mais acontecer no pais. "Em NYC [New York City], parece que houve outro ataque de uma pessoa muito doente e perturbada. As agências de segurança estão acompanhando isso de perto. Não nos Estados Unidos", disse Trump no Twitter.
Pouco depois do ataque, o presidente americano determinou o reforço do programa de controle de estrangeiros que tentam entrar no país. "Acabo de ordenar a (departamento de) Segurança Interna o reforço do nosso programa de revisão já extremo", tuitou Trump.