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Crise no Equador: presidente é retirado da liderança de partido governista

A medida, não reconhecida por ministros de Moreno, aumenta a incerteza sobre a governabilidade do presidente e seu nível real de apoio no Congresso, de maioria governista


Pouco depois, em uma breve declaração no palácio presidencial de Carondelet, ministros não reconheceram a decisão, que chamaram de "arbitrariedade" que não representa o sentimento das bases do partido.

"Eles sabem muito bem que o presidente da Aliança País, como todos seus dirigentes nacionais, são eleitos em uma convenção nacional. Lamentamos esta decisão. Nós continuaremos trabalhando como militantes de nossa organização", declarou Miguel Carvajal, ministro de Gestão Política.

O partido de esquerda, no poder desde 2007, nomeou o ex-chanceler Ricardo Patiño, ligado a Correa, para presidir a AP.

"Hoje adotamos uma decisão valente (...). O presidente da República chegou à presidência com o voto de mais de 50% dos equatorianos, não chegou com o plano de governo da oposição, mas está aplicando o plano de governo da oposição", declarou Patiño.

A ruptura entre Moreno e Correa atingiu um ponto sem retorno quando o presidente anunciou uma consulta popular - sem data prevista - para suprimir a reeleição indefinida aprovada pelo ex-presidente, um passo que para muitos visa impedir o retorno de Correa ao poder em 2021.

A crise política também envolve o vice-presidente Jorge Glas, aliado de Correa e atualmente detido sob a acusação de ter recebido subornos milionários da construtora brasileira Odebrecht.