De acordo com a imprensa espanhola, Puigdemont viajou para a capital belga com alguns de seus ministros regionais destituídos para pedir asilo político. No domingo, um ministro belga, separatista flamengo, insinuou que seu país poderia oferecer asilo, mas foi desmentido em seguida pelo primeiro-ministro Charles Michel.
O procurador geral do Estado espanhol anunciou ontem uma ação contra Puigdemont e seu governo por vários crimes, entre eles rebelião e sedição, com pena prevista de até 30 e 15 anos de prisão, respectivamente. O juiz ainda deve decidir, nos próximos dias, se acolhe a ação e se mantém todas, ou apenas algumas das acusações.
O advogado de Puigdemont na Espanha, Jaume Alonso-Cuevillas, não confirmou para AFP se seu cliente foi pedir asilo, mas classificou a ação de "absolutamente desproporcional" e que mostraria "uma perseguição de caráter mais político do que jurídico".
Segundo um renomado advogado criminalista espanhol ouvido pela AFP, com sua ida para Bruxelas, Puigdemont poderia tentar internacionalizar seu caso e obter sua análise por algum outro país.
O ministro Dastis esclareceu que o governo espanhol desconhece, efetivamente, "o que (Puigdemont) está fazendo" em Bruxelas e lembrou que o presidente catalão destituído "é livre para circular dentro da União Europeia sem qualquer limitação", porque não é alvo de busca pela Justiça espanhola.
O chanceler disse que trocou mensagens com seu colega belga, que teria-se colocado à disposição, mas sem ir além, diante da falta de confirmação oficial das intenções de Puigdemont. "Seria surpreendente que se pudesse conceder o direito de asilo" a Puigdemont, acrescentou.