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ELN admite que matou líder indígena durante cessar-fogo na Colômbia

O reconhecimento do assassinato do líder indíigena constitui a primeira violação do cessar-fogo bilateral e temporário

Bogotá, Colômbia - O ELN, última guerrilha da Colômbia, reconheceu no domingo que matou, há seis dias, um líder indígena, na primeira violação ao cessar-fogo bilateral durante os diálogos de paz com o governo. "Lamentamos profundamente o fato e pedimos perdão por este caso doloroso a seus familiares e amigos", afirma um comunicado do Exército de Libertação Nacional (ELN) sobre a morte do governador indígena Aulio Isarama Forastero no departamento de Chocó (noroeste).

O ELN afirmou que reteve Isarama, governador da reserva Catru Dubaza Ancoso de Alto Baudó, para "investigá-lo" por supostas ligações com "a inteligência militar".

O reconhecimento do assassinato do líder indíigena constitui a primeira violação do cessar-fogo bilateral e temporário, em vigor desde 1 de outubro e até 9 de janeiro, após um um acordo entre o governo e a guerrilha no âmbito das negociações de paz de Quito.

"Deplorável de todos os pontos de vista. E decepcionante", escreveu no Twitter o líder do governo nas negociações, Juan Camilo Restrepo. Restepo pediu uma declaração do mecanismo de acompanhamento e verificação do cessar-fogo, integrado pelas duas partes, a ONU e a Igreja Católica, sobre o que chamou de "crime repudiável".

Isarama foi assassinado na terça-feira passada. A Organização Nacional Indígena da Colômbia (ONIC) informou que cinco guerrilheiros do ELN o levaram de sua comunidade. O governo do presidente Juan Manuel Santos e o ELN, que tem quase 1.500 combatentes, negociam para superar um conflito armado de mais de 50 anos.

Com os diálogos com o ELN, o governo busca a "paz completa" após a assinatura de um acordo com as Farc, atualmente desarmada e convertida em partido político. Além do ELN, na Colômbia também atuam grupos criminosos de origem paramilitar, dissidências das Farc e narcotraficantes.