As forças somalis mataram dois dos responsáveis pelo ataque a um hotel do norte da capital somali, Mogadíscio, que terminou na madrugada deste domingo (29) com um saldo atualizado de 27 mortos. "Cinco homens armados entraram no hotel. Dois deles foram mortos e os outros três capturados com vida. As forças de segurança continuam trabalhando para encontrar as vítimas", declarou à imprensa Abdiasiz Ali Ibrahim, porta-voz do ministério da Segurança.
Em um comunicado, o governo somali, citando o ministério da Segurança, afirmou que "27 pessoas foram mortas e outras socorridas após a intervenção das forças de segurança". No sábado à noite, um encarregado das forças de segurança, Mohamed Moalim Adan, forneceu um balanço de ao menos 14 pessoas mortas, "a maioria civis". Em consequência deste ataque, os chefes da polícia e da inteligência da Somália foram demitidos.
Dois carros-bomba explodiram na entrada do hotel Nasa Hablob, frequentando por autoridades políticas, antes que vários homens entrassem no estabelecimento.
[SAIBAMAIS]Os islamitas do grupo Al Shabab, filiado à rede Al-Qaeda, reivindicaram o ataque, segundo um site partidário da organização extremista, que cita a Radio Andalus. O grupo costuma detonar carros-bomba nas entradas de hotéis e edifícios públicos antes de enviar homens armados ao seu interior para provocar o maior número de vítimas.
Militantes do Al Shabab prometeram acabar com o frágil governo central da Somália depois que foram expulsos de Mogadíscio em agosto de 2011, após o que perderam a maior parte de seus redutos. No entanto, continuam controlando extensas áreas rurais, onde realizam operações de guerrilha e atentados suicidas, frequentemente na capital ou contra bases militares, somalis ou estrangeiras.
O presidente somali, Mohamed Abdullahi Mohamed, condenou o ataque. "Tais atrocidades não vão nos dissuadir, nem vão esmorecer nossa determinação em combater os terroristas", declarou em um comunicado.
O ataque de sábado ocorreu duas semanas depois de um atentado com caminhão-bomba no centro de Mogadíscio, em 14 de outubro, o mais mortal da história da Somália, que deixou pelo menos 358 mortos e 228 feridos. Esse ataque não foi reivindicado, mas as autoridades não duvidam que os responsáveis sejam membros do Al Shabab.
O ataque com caminhão-bomba aconteceu na tarde de um sábado, em uma avenida muito movimentada do distrito de Hodan, um bairro comercial da capital que abriga muitas empresas e hotéis. Os edifícios e veículos próximos ao local da explosão ficaram muito danificados. O ataque deixou vários corpos carbonizados ou mutilados. Segundo especialistas, a carga explosiva utilizada no ataque era de no mínimo 500 kg.
Até então, o atentado mais violento da história da Somália havia acontecido em outubro de 2011, quando a explosão de um caminhão-bomba em um complexo ministerial da capital deixou pelo menos 82 mortos e 120 feridos.