Mlotshwa exibiu um grande sorriso após o pronunciamento da pena, enquanto alguns partidários do Congresso Nacional Africano (ANC, no poder) expressaram sua alegria.
Os dois afirmam que queriam apenas assustar a vítima que, segundo eles, teria roubando cabos de cobre. Victor Mlotshwa assegura que estava indo para Middelburg, cortando caminho atravessando os campos, para fazer compras para sua mãe quando foi atacado.
A juíza ressaltou em sua sentença que este não era o primeiro incidente envolvendo os dois acusados %u200B%u200Be que a "atitude da dupla durante o julgamento demonstrou claramente a ausência de remorso". Quase 25 anos após o fim oficial do regime segregacionista na África do Sul, os ataques racistas continuam a envenenar as relações entre a maioria negra e os brancos, particularmente nas áreas rurais.
Entre abril e maio, violentos confrontos aconteceram em Coligny (noroeste), após a libertação sob fiança de dois brancos suspeitos de terem participado na morte de um adolescente negro. No início de 2016, dois trabalhadores negros foram espancados até a morte por fazendeiros brancos em Parys, no centro do país.
A persistência das desigualdades econômicas entre negros e brancos torna a liberdade amarga na jovem democracia sul-africana "arco-íris". De acordo com estatísticas oficiais, 30,1% da maioria negra está desempregada, em comparação com 6,6% dos brancos. E o salário mensal médio dos negros é de 2.800 rand (180 euros), contra 10.000 rand (642 euros) para os brancos.