Os juízes franceses consideraram que Teodorin Obiang não poderia ter constituído um patrimônio semelhante apenas com sua renda oficia e que este era fruto de um "desvio de fundos públicos". O tribunal ordenou ainda o confisco de todos os bens já apreendidos, incluindo a luxuosa mansão de 101 quartos no luxuoso distrito XVI de Paris.
O confisco, no entanto, depende da decisão de um procedimento em curso na Corte Internacional de Justiça. A condenação anunciada nesta sexta-feira pelo tribunal correcional de Paris foi inferior à solicitada pela Procuradoria Nacional Financeira da França, que desejava três de prisão e multa de 30 milhões de euros efetivos.
A defesa de Obiang denunciou uma decisão "militante". "Vamos examinar todos os recursos possíveis", disse Emmanuel Marsigny. Obiang e o governo guineano questionam a legitimidade do julgamento, que consideram uma "ingerência nos assuntos de um Estado soberano". Teodorin Obiang é o primeiro dirigente julgado na França por este caso, iniciado em 2010.
A justiça francesa, que investiga se as fortunas de parentes de vários governantes africanos foram constituídas no país com fundos públicos desviados de seus países, também tem suspeitas sobre os patrimônios de familiares de Denis Sassou Nguesso (Congo), do falecido Omar Bongo (Gabão) e do presidente destituído da República Centro-Africana François Bozizé.