O presidente do parlamento venezuelano, Julio Borges, descartou neste domingo (22/10) que os governadores opositores cedam ao ultimato da Assembleia Constituinte, que lhes obriga a prestar juramento a este órgão para poder exercer seus mandatos.
"Os governadores vão tomar decisões em conjunto, não será dado nenhum passo que signifique reconhecimento, ou humilhação (...), há um desconhecimento total a respeito da Constituinte ilegítima e fraudulenta que veio para criar uma ditadura na Venezuela", disse o dirigente opositor em coletiva de imprensa.
Os governadores eleitos tinham previsto avaliar neste domingo o ultimato da instância que rege o país com poderes absolutos desde agosto passado.
Borges acrescentou desconhecer também detalhes a respeito da reunião anunciada no sábado por Laidy Gómez, eleita no estado de Táchira.
Os governistas conquistaram 18 dos 23 governos estaduais nas eleições de domingo passado, mas a oposição afirma que a votação foi marcada por fraudes e irregularidades.
"É preferível morrer de pé do que viver de joelhos, (...) é necessário colocar-se em um posição legal, constitucional e democrática", ressaltou o presidente da Assembleia Legislativa, de maioria opositora.
A lei prevê que os governadores devem prestar juramento ante os conselhos legislativos regionais, mas a Constituinte afirma que antes devem se subordinar a essa instância integrada apenas por chavistas.
"Não será tomada nenhuma decisão que mude o que tinha sido dito. (...) A força desses governadores é ter vencido por cima da fraude do governo", argumentou Borges.
No sábado, Delcy Rodríguez, presidente da Constituinte, reiterou os termos de um decreto que empraza os governadores eleitos a comparecer ante essa instância.
"Devem prestar juramento, não permitiremos que se mantenham dizendo que não o farão", afirmou Rodríguez.
Os governadores do grupo dos governistas compareceram na última quarta-feira.
Caso os opositores se neguem a prestar juramento, o poder eleitoral convocará novas eleições nos cinco estados e os governadores anteriormente eleitos não poderão se candidatar outra vez, advertiu na sexta-feira o presidente Nicolás Maduro.