Lisboa, Portugal - A ministra do Interior de Portugal, Constança Urbano de Sousa, pediu demissão nesta quarta-feira (18/10) após as fortes críticas ao governo por sua gestão dos incêndios florestais, que deixaram mais de 100 mortos em quatro.
[SAIBAMAIS]O primeiro-ministro Antonio Costa, à frente de um Executivo que governa em minoria com o apoio da esquerda radical, aceitou a demissão.
O pequeno partido conservador CDS-PP exigia a saída da ministra desde segunda-feira (16/10), quando o balanço de vítimas dos incêndios no país começou a aumentar.
Mas o primeiro-ministro resistiu em um primeiro momento e chegou a afirmar que era "uma atitude um pouco infantil acreditar que as consequências políticas passam pela demissão de los ministros".
Grandes incêndios florestais deixaram 41 mortos e 71 feridos no domingo e na segunda-feira, segundo a Proteção Civil. Em junho, 64 pessoas faleceram em um incêndio perto de Pedrógão Grande, no centro do país. Esta temporada de incêndios é a mais letal da história de Portugal.
Na terça-feira à noite, centenas de pessoas protestaram em Lisboa contra o governo, aos gritos de "vergonha" e "renúncia". A passeata foi convocada por um grupo de cidadãos no Facebook.
"Cem pessoas morreram e ninguém assume a responsabilidade. Precisamos de respostas", afirmou um manifestante.
O primeiro-ministro se comprometeu na segunda-feira a realizar "reformas profundas" na administração das florestas e para prevenir incêndios.