Segunda-feira à noite, as FDS anunciaram a "libertação total" do tristemente famoso cruzamento de Al-Na;m, onde o EI realizava suas execuções quando controlava a cidade. "Há semanas os jihadistas se retiraram deste cruzamento, mas as FDS não conseguiram controlá-lo antes em razão das muitas minas terrestres", segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Nos últimos dias, em virtude de um acordo negociado pelos líderes locais e representantes tribais, os últimos civis que estavam presos na cidade puderam ser evacuados e os extremistas sírios foram autorizados a deixar a cidade, segundo as FDS.
Cerca de 275 jihadistas sírios e suas famílias foram evacuados. Não há informações, neste momento, se eles foram autorizados a ir para outras regiões ainda nas mãos do EI. A coalizão internacional liderada por Washington reiterou em diversas ocasiões que os estrangeiros não seriam autorizados a deixar Raqa.
;Fim do terror;
"A última coisa que queremos é que os combatentes estrangeiros sejam libertados e possam retornar ao seu país de origem e causar mais terrorismo", assegurou, no domingo, o porta-voz da coalizão, o coronel americano Ryan Dillon. Há vários meses, a organização ultrarradical tem sofrido sucessivas derrotas na Síria e no Iraque, diante das ofensivas apoiadas pela Rússia ou pelos Estados Unidos.
Na província de Deir Ezzor (leste), vizinha de Raqa, os jihadistas também enfrentam duas ofensas distintas: por um lado, as forças do regime sírio, apoiadas pela aviação russa, do outro, as FDS, apoiadas pela coalizão internacional.
As forças pró-regime conseguiram recuperar vastos territórios entre a capital provincial de Deir Ezzor e a cidade de Mayadin, na margem oriental do rio Eufrates, informou o OSDH nesta terça-feira. "Não é uma região desértica, trata-se de localidades no rio Eufrates que foram redutos do EI", garantiu o diretor da OSDH, Rami Abdel Rahmane, à AFP. Os combates continuam em uma única localidade na área.
Iniciada em 2011 pela repressão do governo de Bashar al-Assad a protestos pacíficos pedindo por democracia, o conflito na Síria tornou-se mais complexo com o envolvimento de países estrangeiros e grupos jihadistas em um território cada vez mais fragmentado. A guerra já causou mais de 330 mil mortes e milhões de deslocados e refugiados