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Nobel da Paz 2017 denuncia 'tentativa de desestabilização' de Trump

A decisão "incita à proliferação, torna mais difícil a conclusão de outros acordos para limitar a ameaça nuclear e aumenta o risco mundial de uso (de armamento) nuclear", declarou a Ican, em um comunicado

Ganhadora do Prêmio Nobel da Paz 2017, a Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares (Ican) considerou, nesta sexta-feira (13/10), que a decisão do presidente Donald Trump de não "certificar" o acordo nuclear iraniano favorecerá a proliferação e o uso de armas nucleares.

[SAIBAMAIS]A decisão "incita à proliferação, torna mais difícil a conclusão de outros acordos para limitar a ameaça nuclear e aumenta o risco mundial de uso (de armamento) nuclear", declarou a Ican, em um comunicado.

"Enquanto Prêmio Nobel da Paz 2017, a Ican critica duramente essa decisão", destaca a nota.

Citada no comunicado, a diretora da Ican, Beatrice Fihn, denunciou a "tentativa de desestabilização do acordo iraniano por parte do presidente Trump", enquanto "a AIEA certificou em repetidas ocasiões o fato de o Irã respeitar as condições" do pacto.

"É um lembrete brutal do imenso perigo nuclear, com o qual o mundo está confrontado atualmente, e da necessidade urgente de todos os Estados de proibirem e eliminarem essas armas", ressalta.

"Com as ameaças crescentes de guerra nuclear, o presidente americano deflagra novos conflitos, mais do que reduzir o risco de guerra nuclear", avalia a Ican.

Agrupando centenas de ONGs, a Ican se mobilizou pelo tratado de proibição de armas atômicas, adotado por 122 países em 7 de julho na ONU. Trata-se de um documento simbólico, na verdade, já que as potências nucleares se recusaram a aderir. Entrará em vigor assim que tiver sido ratificado por 50 países.

Em 6 de outubro, dia do anúncio do Nobel, a diretora da Ican disse à imprensa que "a eleição do presidente Donald Trump deixou muitas pessoas bastante desconfortáveis com a ideia de que ele possa, sozinho, autorizar o uso de armas nucleares e que não haja nada que as pessoas possam fazer para detê-lo".