Washington, Estados Unidos - Um preso acusado de matar uma guarda penitenciário foi executado na quinta-feira (13/10) no Texas, depois que a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou uma apelação. Robert Pruett, de 38 anos, alegou inocência até o fim nos eventos que resultaram na morte por esfaqueamento do guarda Daniel Nagle em 1999.
Apesar dos depoimentos de vários detentos contra Pruett, as provas materiais de um envolvimento direto do condenado no assassinato nunca foram conclusivas. A execução aconteceu às 18H46 locais (20H46 de Brasília), uma hora depois de a Suprema Corte rejeitar a última apelação.
"Provoquei dano a muitas pessoas e muitas pessoas provocaram dano a mim", afirmou em sua última declaração antes da execução, de acordo com a transcrição divulgada pelo Departamento de Justiça Criminal do Texas. "A vida não termina aqui, continua para sempre. Tive que aprender lições de vida de uma maneira muito dura. Um dia não existirá necessidade de fazer dano às pessoas", completou.
Pruett não passou um único dia de sua vida adulta fora da prisão. Ele tinha apenas 15 anos quando foi detido por suposta cumplicidade em um homicídio cometido por seu pai. Na época foi condenado a 99 anos de prisão, de acordo com uma polêmica lei do Texas que determinava uma punição idêntica ao principal autor de um homicídio e a seus cúmplices.
A sentença, equivalente na prática a uma prisão perpétua, foi criticada como uma prova de um sistema pena extremamente repressivo, sem dar nenhuma esperança a um menor que tinha uma mãe viciada em drogas e um pai que era detido com frequência.
Pruett começou a consumir narcóticos aos sete anos e vendeu drogas na escola. Apesar da idade, foi enviado para uma prisão de adultos. Aos 20 anos, ele foi acusado de matar um guarda penitenciário. O homem acabara de escrever um relatório sobre Pruett, que sempre se declarou inocente.
Os promotores alegaram que Pruett matou o guarda como uma represália ao relatório desfavorável. O preso disse que foi vítima de uma armadilha montada por agentes corruptos e outros detentos, que receberam benefícios pelos depoimentos contra ele.
Os advogados de defesa argumentaram que os testemunhos dos presos eram contraditórios. Desde 2013, Pruett conseguiu evitar diversas vezes a execução programada, exigindo análises de DNA sobre a roupa, a arma do assassinato e informações sobre o relatório disciplinar.
As análises não foram conclusivas e não provaram que Pruett estava presente na cena do crime, mas isto não foi considerado suficiente para impugnar o veredicto de pena de morte. Esta foi a 20; execução em 2017 nos Estados Unidos e a sexta no Texas, o estado que mais aplica a medida no país, de acordo com o Death Penalty Information Center.