Washington, Estados Unidos - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai revogar o plano de seu antecessor, o democrata Barack Obama, voltado para a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa - anunciou o diretor da Agência de Proteção Ambiental (EPA), Scott Pruitt, nesta segunda-feira (9/10).
"Amanhã (terça), vou assinar uma proposta para acabar com o Clean Power Plan (Plano de Energia Limpa) da administração passada", disse Pruitt em um evento político em Kentucky, referindo-se ao plano que impunha redução nas emissões de CO2 das centrais térmicas do país.
O Clean Power Plan buscou, pela primeira vez, reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) nos Estados Unidos a partir das usinas de energia, com reduções previstas de 32% para 2030 em relação a 2005.
"A administração passada estava usando cada pedacinho de poder e autoridade para usar a EPA para escolher vencedores e perdedores e a forma como geramos eletricidade neste país. Isso é errado", disse Pruitt sobre o plano, promulgado em 2015.
Se o plano tivesse entrado em vigor, teria provocado o fechamento de muitas das usinas a carvão mais antigas e mais poluentes. No entanto, está bloqueado pela justiça, a pedido de cerca de 30 estados, em sua maioria republicanos.
Trump assinou, em março, um decreto sobre a "independência energética", que ordenava revisar o plano de Obama sobre o clima para determinar se este excedia a autoridade do governo quando exigia limites de emissão mais estritos.
Os planos mais recentes da EPA, contidos em um documento intitulado "Revogação de diretrizes de emissão de poluição de carbono para fontes estacionárias existentes", dizem que a agência recorrerá à opinião pública sobre como reduzir as emissões das usinas de energia.
A EPA não emitiu, como era amplamente esperado, uma versão revisada e mais fraca do Clean Power Plan.
O presidente, que questionou a existência do aquecimento global e que as atividades humanas tenha um impacto negativo no planeta, prometeu impulsar a indústria do carvão para dar trabalho aos mineiros.
No início de junho, Trump anunciou sua intenção de abandonar o acordo de Paris sobre o clima, assinado em dezembro de 2015 por 195 países para limitar o aquecimento global.
Antes da finalização das regras, em agosto de 2015, as usinas de energia, que representam cerca de 40% das emissões de carbono, "eram autorizadas a despejar quantidades ilimitadas de poluição de carbono na atmosfera", disse a Union of Concerned Scientists, uma ONG que faz uma revisão crítica das políticas governamentais em questões de ciência e tecnologia.
"Não existiam regras que limitassem suas emissões de dióxido de carbono, o principal motor do aquecimento global", disse em seu site.
Os padrões foram desenvolvidos sob uma lei do Congresso, chamada de Lei do Ar Limpo.
No entanto, o Plano de energia limpa estava suspenso desde fevereiro de 2016, quando o Supremo Tribunal dos Estados Unidos interrompeu sua implementação até que os tribunais pudessem decidir se ele era legalmente válido.
Os Estados Unidos são o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, depois da China.