A oposição venezuelana convocou a população a votar em massa nas eleições de governadores de 15 de outubro para enfrentar a decisão do poder eleitoral de impedir a substituição de candidatos, algo que, assegura, poderia diminuir votos em alguns estados.
[SAIBAMAIS]Em coletiva, Gerardo Blyde, chefe de campanha da Mesa da Unidade Democrática (MUD), considerou um "abuso" que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), ao qual a oposição acusa de servir ao governo, não permita que os partidos possam substituir os candidatos que inicialmente havia inscrito.
A lei eleitoral estabelece que os partidos políticos podem mudar os candidatos que apoiam até 10 dias antes da eleição (até a última quinta-feira), no entanto, o CNE não realizou o processo e o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) se limitou a indicar em uma sentença na quinta que o prazo havia vencido.
A MUD precisava substituir os candidatos que inscreveu originalmente por aqueles que foram eleitos nas primárias, cujo fim era ter aspirantes únicos em cada estado.
Ao não realizar essas substituições, quem escolher na cédula eleitoral os candidatos que perderam as primárias e resignaram a sua candidatura estarão votando nulo, o que, segundo a MUD, beneficiaria o governo nos estados onde a disputa pode ser acirrada.
"É um direito humano fundamental eleger quem tivermos vontade de eleger", assegurou Blyde, ao insistir que a forma de contra-atacar as intenções do governo é "votando em massa".
Em 15 de outubro serão eleitos na Venezuela 23 governadores. A situação controla atualmente 20 governações, mas a oposição diz estar segura de que irá reverter essa situação.
A MUD agradeceu que os 12 países que integram o chamado Grupo de Lima tenham pedido na quinta-feira ao governo da Venezuela "transparência e imparcialidade" nas eleições.
"Estão acompanhando o processo eleitoral e estão atentos sobre essas incidências que pretendem desconhecer a vontade do povo venezuelano", disse Blyde.