Jornal Correio Braziliense

Mundo

Iraque retoma Hawija, um dos dois últimos redutos do Estado Islamico

A vitória na batalha por Hawija, iniciada em 21 de setembro, acontece ao mesmo tempo em que as forças iraquianas continuam seus combates em outra frente, no deserto próximo da fronteira com a Síria


;Limpeza;
Durante as operações, cerca de 1.000 dispositivos explosivos foram descobertos e desarmados, segundo o chefe da Defesa Civil na província de Al-Anbar, o general Fawzy Yassin, à AFP. "Esta limpeza permitirá que os deslocados voltem para casa", afirmou Abdel Karim al-Ani, chefe do conselho local de Anna. Em cerca de 20 dias de violentos combates em Hawija, cidade localizada 230 km a norte de Bagdá, os civis encontraram-se no fogo cruzado. Cerca de 12.500 pessoas fugiram desde o início da ofensiva, segundo a ONU.

Os primeiros civis que fugiram de Hawija relataram o medo da vida cotidiana sob o comando dos extremistas e de serem usados como escudos humanos pelo grupo ultrarradical. De acordo com a ONG Norwegian refugee council (NRC), "nenhuma organização internacional conseguiu entrar em Hawija sob o controle do EI por dois anos".

O Iraque tem recuperado gradualmente o controle dos territórios que caíram nas mãos dos extremistas há mais de três anos após uma longa série de combates com o apoio da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos. Outra questão com a qual as autoridades iraquianas tentam lidar é a curda. As tensões aumentaram após a realização em 25 de setembro de um referendo de independência no Curdistão iraquiano.

Nesta quinta, o presidente Macron estimou que os direitos dos curdos deveriam ser "reconhecidos dentro da Constituição para preservar a estabilidade e a integridade territorial do Iraque". Ao seu lado, Abadi garantiu não querer o confronto armado, ressaltando, porém, que a autoridade federal deve prevalecer. Acuado em todos os seus redutos no Iraque e na Síria, o EI vê seu "califado" proclamado em 2014 desmoronar frente as ofensivas de seus adversários apoiados pelos Estados Unidos ou pela Rússia.

Na Síria, com o apoio da coalizão internacional, as Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança curdo-árabe, reconquistaram 90% de Raqa, a "capital" síria do EI, que está perto da queda. O grupo extremista também foi totalmente expulso, na quarta-feira, da província de Hama (oeste) pelo exército sírio e seus aliados, após um mês de combates.