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Trump visita Porto Rico para defender resposta dos EUA após furacões

Ao chegar, Trump elogiou a valentia da equipe militar e civil, disse que gosta da ilha e que a havia visitado muitas vezes antes

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visitava nesta terça-feira Porto Rico, arrasado por furacões, decidido a calar as críticas ao seu governo pela demora em atender a crise humanitária vivida por este território americano no Caribe.

[SAIBAMAIS]Trump e sua esposa Melania aterrissaram na Base Aérea Muñiz, perto de San Juan, capital desta ilha de 3,4 milhões de habitantes, para cumprir com uma agenda de cinco horas, que inclui reuniões com socorristas, visitas a prédios danificados e um percurso aéreo para avaliar danos.

Ao chegar, Trump elogiou a valentia da equipe militar e civil, disse que gosta da ilha e que a havia visitado muitas vezes antes. "O clima é insuperável", disse. "Mas de vez em quando te afeta".

Comemorando o bom trabalho de seu governo em Porto Rico, o presidente americano minimizou o desastre neste território diante da "catástrofe real" deixada pelo furacão Katrina em Nova Orleans, onde 1.800 pessoas morreram.

"Cada morte é um horror, mas se olharmos para uma catástrofe real como o Katrina e nos fixarmos nas centenas e centenas de pessoas que morreram (em Nova Orleans) e o que aconteceu aqui com uma tempestade que foi totalmente imponente... Quantos mortos vocês têm?", perguntou, e logo respondeu: "dezesseis contra milhares".

Trump também assinalou que, embora odiasse dizer isto, a gestão da crise em Porto Rico custou muito dinheiro ao país. "Gastamos um monte de dinheiro em Porto Rico, e tudo bem. Salvamos muitas vidas", assinalou em sua chegada à ilha.

Quase duas semanas depois do potente furacão Maria atingir a ilha, grande parte dos moradores continua sem energia elétrica e água potável, e a comida e gasolina estão em falta em meio a enormes danos à infraestrutura.

"As pessoas estão muito preocupadas, muito desesperançosas com a situação, porque depois de duas semanas não se viu melhoria alguma", disse à AFP Mariana Nogales, presidente do Partido do Povo Trabalhador.

Trump, que enfrentou publicamente autoridades locais pela resposta de Washington à catástrofe, afirmou que até seus críticos estão reconhecendo o "grande trabalho que fizemos" após a passagem do Maria.

O presidente americano quer mostrar que o governo federal lidera os esforços de reconstrução em Porto Rico. E, sobretudo, quer assegurar que os porto-riquenhos, que são cidadãos americanos, não serão esquecidos.

No fim de semana, Trump repreendeu a prefeita de San Juan, Carmen Yulin Cruz, que apareceu várias vezes na televisão solicitando desesperadamente ajuda, sugerindo que os porto-riquenhos são "ingratos" que "querem que façam tudo por eles".

Mas os porto-riquenhos estão mais ocupados em resolver as suas necessidades básicas e poucos tiveram tempo e energia para ler, ou ouvir o presidente. Apenas uma dezena de manifestantes estava diante do Centro de Convenções de San Juan, onde o governo instalou as suas operações.

"Show midiático"

"Ele vem para um show midiático, um espetáculo. Depois de duas semanas ele aparece", indicou Sonia Santiago, aposentada.

Mas a visita de Trump está cuidadosamente organizada para evitar qualquer vislumbre de protestos embaraçosos.

A Casa Branca disse que o presidente se reunirá com a prefeita de San Juan, irá a uma igreja para visitar os danificados e realizará um percurso aéreo antes de aterrissar no navio USS Kearsarge para saudar a equipe militar.

Trump também tem previsto se reunir com Kenneth Mapp, governador das Ilhas Virgens dos Estados Unidos, outro território americano no Caribe destruído pelo Maria.

Nas últimas semanas, Trump visitou áreas de Flórida, Louisiana e Texas que sofreram os efeitos dos potentes furacões desta temporada.

Mas sua viagem para Porto Rico, que seria vista como uma rotineira amostra de empatia presidencial, ganhou um significado político.

"É incrível o que fizeram em um período muito curto de tempo em Porto Rico", disse Trump, ao defender a reação de seu governo diante do desastre.

Também disse que deverão tomar "grandes decisões" sobre o custo da reconstrução em massa deste território, declarado em maio em falência e com uma dívida pública de 73 bilhões de dólares.