Antecipando a derrota, Trump se questionou se havia tomado a decisão certa: "Para ser honesto, provavelmente cometi um erro", disse na sexta-feira. "Se Luther não vencer, vão dizer que o presidente dos Estados Unidos não foi capaz de fazer seu candidato ganhar. É terrível, um terrível momento para Trump", completou. "Se o seu adversário ganhar, farei campanha por ele como nunca", indicou.
A cruzada de Bannon
A disputa foi mais uma batalha de personalidades do que ideológica. Nenhum dos dois candidatos correspondia ao perfil "trumpista" típico, embora ambos defendam o presidente.
Luther Strange é um conservador clássico, político de carreira, que não é rebelde e prometeu lealdade ao magnata republicano. Já Ray Moore reitera que Strange será uma marionete do chefe da maioria no Senado, Mitch McConnell, inimigo declarado de Bannon.
O ex-assessor declarou guerra aos republicanos que, segundo ele, querem manter o status quo e desviar o programa populista de Donald Trump. Para exemplificar, mostra a batalha quase perdida no Congresso de derrogar a lei de cobertura de saúde de Barack Obama, por conta das deserções republicanas, e a resistência ao projeto de construção do muro na fronteira com o México.
"Supõe-se que os partidários fiéis de Trump não o desafiem. Estamos aqui para apoiá-lo. A melhor maneira de conseguir isto é eleger alguém que defenderá o presidente", explicou Bannon à emissora Fox News na noite de segunda. "As elites me desprezam", disse o novamente coordenador do site Breitbart.
"Acham que sou ruim, que sou perigoso. Levo esse desprezo como um símbolo de orgulho. Eles ajudaram a destruir esse país. Cometeram um crime econômico contra os trabalhadores e as trabalhadoras do coração deste país", acrescentou.