A antiga proibição de dirigir era vista mundialmente como um símbolo de repressão às mulheres e esta permissão é dada após anos de resistência de ativistas. A decisão foi publicada dias depois que centenas de mulheres puderam ir no sábado, pela primeira vez, a um estádio de Riad para assistir às celebrações da festa nacional, com shows e queima de fogos de artifício.
Em novembro, o multimilionário príncipe saudita Al-Waleed bin Talal, conhecido por não ter papas na língua, pediu que deixassem as mulheres dirigir alegando o "custo econômico" que supunha o fato de as mulheres dependerem de motoristas particulares "estrangeiros" ou táxis para se deslocar.
E se o marido levar a esposa para algum lugar, isto o obriga a deixar o trabalho, o que reduz a sua produtividade, lamentou o príncipe. Autorizar as mulheres a dirigir é "uma demanda social urgente que a conjuntura econômica justifica", insistiu, em referência às dificuldades orçamentárias que o país atravessa, devido à redução dos investimentos provocada pela queda dos preços do petróleo.
Segundo o decreto, o rei saudita pesou os "prós e os contras da proibição" antes de tomar uma decisão. O monarca também assegurou que "a maioria dos grandes ulemas (doutores da lei islâmica) estavam a favor de uma medida que permitisse as mulheres dirigir".
Os Estados Unidos celebraram o decreto adotado por seu grande aliado no Oriente Médio. "Estamos muito feliz", disse a porta-voz da diplomacia americana, Heather Nauert, que qualificou essa decisão de um "grande passo em uma boa direção".