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Cidadãos da Venezuela e Coreia do Norte não podem viajar para os EUA

Washington impôs uma proibição total de viagens aos cidadãos da Coreia do Norte e do Chade, enquanto as restrições para a Venezuela se limitam aos funcionários de uma longa lista de órgãos governamentais e seus familiares

Venezuela, Coreia do Norte e Chade foram incluídos nesse domingo (24/9) em uma nova lista de países com proibição de viagens aos Estados Unidos por sua por sua pouca segurança ou falta de cooperação com Washington, de acordo com um decreto do presidente Donald Trump.

[SAIBAMAIS]Washington impôs uma proibição total de viagens aos cidadãos da Coreia do Norte e do Chade, enquanto as restrições para a Venezuela se limitam aos funcionários de uma longa lista de órgãos governamentais e seus familiares.

A nova norma impõe processos especiais de controle para "detectar tentativas de entrada nos Estados Unidos por terroristas ou outras ameaças à segurança pública".

No caso específico da Venezuela, o documento assinado por Trump destaca que o país sul-americano adotou o parâmetros impostos pelo Departamento de Segurança Interna (DHS), mas afirma que que Caracas "não coopera na verificação se seus cidadãos representam uma ameaça à segurança nacional ou à segurança pública".

Por este motivo, a suspensão da autorização de viagens envolve os funcionários dos órgãos responsáveis por esta verificação, como o ministério do Interior, o serviço migratório, o serviço de inteligência e o ministério das Relações Exteriores.

"Os cidadãos venezuelanos com um visto (de entrada nos Estados Unidos) serão submetidos a medidas extras apropriadas de verificação", afirma o decreto presidencial.

A Venezuela reagiu acusando os Estados Unidos de exercer "terrorismo psicológico" para forçar uma mudança de governo.

"Estes tipos de listas são incompatíveis com o direito internacional e constituem em si uma forma de terrorismo psicológico e político", denunciou a chancelaria em um comunicado.

O texto acrescenta que a media busca "exercer pressão sobre as instituições do Estado venezuelano e os pretensos funcionários sancionados (...) para coagir ou forçar uma mudança de governo venezuelano".

Trump também divulgou o texto no Twitter com uma mensagem inequívoca: "Não vamos admitir em nosso país aqueles que não podemos verificar com segurança".

O Sudão, um dos seis países de maioria muçulmana incluídos originalmente na lista de proibição de viagens, foi retirado da relação, deixando somente oito nações impedidas totalmente ou parcialmente de viajar para os Estados Unidos.

O decreto determina a suspensão total de entrada de cidadãos do Chade, Coreia do Norte, Líbia, Síria, Somália e Iêmen. No caso do Irã, a suspensão envolve os cidadãos, com exceção dos que já possuem um visto de estudante ou integram um programa de intercâmbio.

"O governo da Coreia do Norte não coopera com o governo dos Estados Unidos em nenhum aspecto e não cumpre os requisitos de informação compartilhada", afirma o decreto.

Em um comunicado especial, o secretário de Estado, Rex Tillerson, afirmou que com a iniciativa Trump "está exercendo sua responsabilidade de proteger os americanos".

Tillerson antecipou que o Departamento de Estado "coordenará com outras agências federais a forma de implementar estas medidas de forma ordenada".

A secretária interina de Segurança Interna, Elaine Duke, ressaltou que o pacote de medidas permitirá ao governo "impedir que terroristas e criminosos entrem em nosso país".