Centenas de pessoas da capital saíram às ruas angustiadas e em pânico. "Não temos até o momento informes de novos incidentes derivados desse tremor", afirmou à cadeia Televisa o titular da Defesa Civil da prefeitura, Fausto Lugo. No entanto, o tremor desatou temores sobre os efeitos que possa ter tido sobre eventuais sobreviventes ainda debaixo dos escombros e nos prédios já atingidos pelo terremoto anterior.
De acordo com o protocolo, os resgatistas em um prédio desabado na zona central de Roma-Condesa saíram de cima dos escombros rapidamente, enquanto que os familiares das pessoas presas correram a se juntar a seus outros entes queridos. "Depois de verificar que as condições são seguras, as atividades de resgate serão reiniciadas o mais breve possível", afirmou no Twitter o titular nacional da Defesa Civil, Luis Felipe Puente.
"Desta vez, não sentimos o chão se mover, foi como os outros terremotos a que estamos acostumados", afirmou Pablo Martínez, que deixou correndo seu prédio com a filha de seis anos nos braços.
[SAIBAMAIS]Ate acontecer o novo tremor, os esforços para encontrar vida nos prédios prosseguiam pela quarta noite consecutiva, mas sem esperanças de encontrar sobreviventes, o que deverá levar as autoridades dar início do uso de máquinas pesadas para remover os escombros. As equipes de resgate equipadas com tecnologia de ponta, no entanto, ainda se concentram em cinco pontos da cidade onde há possibilidade de encontrar pessoas vivas, segundo Luis Felipe Puente.
Ante as notícias de que máquinas pesadas começarão a ser usadas, o governo federal e a prefeitura garantem que serão esgotados todos os esforços para resgatar pessoas com vida. O protocolo posterior a terremotos dá 72 horas como janela de possibilidade de sobrevivência de uma pessoa sob escombros, mas em outros desastres a resistência humana superou expectativas, como no terremoto de 1985 que deixou mais de dez mil mortos na Cidade do México.
O prefeito Miguel Angel Mancera disse à Televisa que acredita que ainda deve haver cerca de 30 pessoas entre os escombros, mesmo sem garantia que todos continuem com vida.
Expectativa
Os familiares das pessoas presas nos escombros assinaram durante a madrugada uma autorização para que sejam usados tratores para remover os escombros de maneira cirúrgica de tal forma que os trabalhos de busca sejam acelerados sem que se arrisque a integridades dos soterrados. "Isso nos está dando muitas esperanças porque não estávamos vendo avanços. Nos disseram que foram detectadas zonas onde há vida e os cães de busca confirmaram isso", declarou à AFP Paola Solorio de 35 anos, que espera notícias de três parentes.
Em plena madrugada, os resgatistas atacaram correntes a um guindaste para retirar grandes blocos de escombros, uma tarefa longa e trabalhosa. Em Tlalpan, no extremo sul da capital, onde na sexta havia esperanças de duas pessoas com vidas, os resgatistas insistem em seguir trabalhando, apesar de as equipes japonesas e israelense já terem se retirado.
Os resgates foram feitos em meio a cenas comoventes, pessoas cantando o hino nacional, os japoneses fazendo reverência ante um corpo sem vida ou um voluntário dizendo a uma jovem resgatada de que teria de convidar a todos para um jantar.
Segundo o último balanço, o terremoto deixou 298 mortos: 160 na Cidade do México, 73 no Estado de Morelos, 45 em Puebla, 13 no Estado do México, 6 em Guerrero e um em Oaxaca, segundo a Defesa Civil federal. Foram identificados oito estrangeiros entre as vítimas: uma panamenha, um argentino, um espanhol, um sul-corano e quatro taiwanesas.