"Acredito na democracia, mas a democracia não é a rua", sentenciou o presidente nesta terça-feira. "Respeito os que se manifestam, mas respeito também os eleitores franceses que votaram pela mudança".
;Golpe de Estado social;
Esta reforma, que foi uma das principais promessas de campanha de Macron, tem como objetivo simplificar o código trabalhista, considerado muito rígido e complexo para as empresas, com o risco de reduzir os direitos dos trabalhadores, segundo os sindicatos.
De acordo com o governo, essas novas leis impulsionará o emprego na França, outorgando maior flexibilidade às empresas para contratar e demitir.
Estabelecem também limites às indemnizações por demissão improcedente, facilitam as demissões nas multinacionais em caso de dificuldades econômicas em nível nacional mesmo se a sua situação for boa no exterior e simplificam as instâncias de negociação dentro das empresas.
O governo prometeu compensar as concessões às empresas com maior segurança financeira para os trabalhadores.
Para vários líderes sindicais esta reforma é "desequilibrada", "em detrimento dos assalariados".
Estão previstas novas manifestações nos próximos dias, começando com a mobilização convocada para o sábado pelo líder da esquerda radical francesa, Jean-Luc Mélenchon, que se tornou o principal opositor a Macron.
"No sábado haverá uma multidão... estamos apenas começando", advertiu o ex-candidato à presidência, que convocou todos os franceses a se mobilizarem contra um "golpe de Estado social e antidemocrático".
A reforma do código trabalhista é uma parte fundamental da agenda de Macron e o primeiro passo de uma revisão mais geral do modelo social da França.
O ex-ministro da Economia, que assumiu a presidência em maio, fez campanha prometendo reformar o mercado de trabalho na França para dar às empresas maior flexibilidade, acompanhando o modelo escandinavo.