Há várias décadas os rohingyas, que representam quase um milhão de pessoas em Mianmar, são vítimas de discriminações no país, onde quase 90% da população é budista. Considerados estrangeiros, os rohingyas são apátridas, apesar da presença de algumas famílias em Mianmar há várias gerações. Os números divulgados pelo enviado da ONU em uma entrevista em Seul são muito superiores aos do balanço anunciado pelo governo, de 432 mortos.
O balanço mais recente das autoridades de Mianmar, divulgado na quinta-feira, informa que 6.600 casas de rohingyas e 201 residências de pessoas não muçulmanas foram incendiados desde 25 de agosto. As autoridades também informaram que 30 civis foram mortos - sete rohingyas, sete hindus e 16 budistas de Rakhine- nos combates.
O exército birmanês já havia anunciado que matou 387 rebeldes rohingyas, enquanto as autoridades indicaram que 15 membros das forças de segurança faleceram desde o início dos confrontos. Lee afirmou à AFP que "é altamente provável que os números estejam subestimados". "O mais lamentável, o mais grave é que não podemos verificar (os número) no momento porque não temos acesso", denunciou. "Acredito que este será um dos piores desastres que o mundo e Mianmar conheceram nos últimos anos".