As apólices de seguros para proprietários nos Estados Unidos não costumam incluir proteção para alagamentos e, com mapas de inundações atuais considerados obsoletos e imprecisos, Watson estima que cerca de dois terços dos estragos do Harvey aconteceram fora dessas áreas.
Doações de celebridades
Sem os seguros privados, as vítimas ficam à mercê da Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês), que gerencia o Programa Nacional de Seguro contra Inundações (NFIP, em inglês).
"A Fema recebeu mais de 427 mil pedidos de assistência", disse um porta-voz da agência à AFP.
"Mais de 117 mil indivíduos e famílias foram aprovados para receber mais de 76 milhões de dólares de assistência".
Os segurados apresentaram 51 mil reivindicações no âmbito do NFIP no Texas, disse o porta-voz, acrescentando que os requerentes podem ser elegíveis para pagamentos antecipados de 5 mil a 10 mil dólares, antes da inspeção de um regulador.
A cobertura mídia tem destacado o rombo de 24 bilhões de dólares do NFIP, que paga mais do que recebe, lançando dúvidas sobre sua capacidade de auxiliar.
A Casa Branca apresentou na sexta-feira à noite uma solicitação ao Congresso para liberar 7,85 bilhões de dólares para ajudar a custear a recuperação e tem mais pedidos à vista.
Após o Katrina, os legisladores aprovaram 100 bilhões de dólares em apoio à reconstrução. O furacão deixou 1.800 mortos.
Celebridades como Beyoncé, natural de Houston, a atriz Sandra Bullock e o jogador de futebol americano JJ Watt também anunciaram doações para as vítimas do Harvey.
O texano bilionário Michael Dell, da gigante tecnológica Dell, e sua mulher Susan prometeram, na sexta-feira, doações pessoais de 18 milhões de dólares para o fundo de reconstrução do Texas. A NBA também disse que vai doar 1 milhão de dólares.
O presidente Donald Trump, que voltou ao Texas neste sábado, também prometeu uma doação de 1 milhão de dólares.
Além dos prejuízos imediatos, economistas da Barclays avaliaram que a tempestade Harvey pode custar entre 1% e 1,5% do crescimento econômico americano no terceiro trimestre.