A cúpula dos BRICS reúne o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, Michel Temer e Jacob Zuma, da África do Sul, além do anfitrião, o chefe de Estado chinês, Xi Jinping. Também participaram outros cinco países em desenvolvimento, como México e Egito.
Vizinho incômodo
Não é a primeira vez que a Coreia do Norte atrapalha uma importante reunião da China. Em maio, a cúpula das Novas Rotas da Seda foi perturbada em sua abertura em Pequim por um lançamento de mísseis pela Coreia do Norte. Esse bloco foi lançado em 2009 entre as cinco potências que representam mais de 40% da população mundial e que tentam contrabalançar as regras econômicas escritas pelos ocidentais. Esse objetivo, contudo, parece cada vez mais distante.
As cinco potências, afastadas por sistemas políticos e econômicos muito distintos, sempre tiveram suas diferenças, mas a falta de coesão ficou ainda mais evidente nos últimos meses, segundo vários analistas. O principal resultado concreto do grupo é a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), uma instituição pensada para ser uma alternativa ao Banco Mundial, que muitos acusam de estar nas mãos do ocidentais.
No âmbito comercial, a China tem relações importantes com os quatro sócios, o que desperta críticas da Índia, que considera sua concorrência desleal. Apesar disso, Pequim se recusa a admitir que os BRICS tenham influência em temas geopolíticos, como a atual crise com a Coreia do Norte. "Algumas pessoas, observando que o crescimento sofreu contratempos nos mercados emergentes e nos países em desenvolvimento, afirmam que os Brics perderam o brilho", disse o presidente chinês no domingo, mas garantiu que, apesar dos "ventos contrários de intensidades distintas", o bloco continua "totalmente confiante".