"As tropas trocaram tiros com 80 terroristas bengalis (termo utilizado pelas autoridades para designar os rohingyas) armados com bombas caseiras, facas e lanças", afirmou o Executivo, dirigido pela ex-dissidente e prêmio Nobel da paz Aung San Suu Kyi.
Os combates começaram no dia 25 de agosto, quando centenas de homens, que fariam parte do Arakan Rohingya Salvation Army (ARSA), atacaram várias delegacias de polícia do estado de Rakhine (Mianmar), dando lugar aos maiores episódios violentos há meses.
Os confrontos levaram milhares de civis, principalmente membros da minoria rohingyas, perseguida, a abandonar suas casas. Mais de 400 mil rohingyas se encontram em Bangladesh, um país que não quer mais acolhê-los e que fechou sua fronteira com Mianmar. Os rohingyas, muçulmanos sunitas, falam um dialeto de origem bengali utilizado no sudeste de Bangladesh, de onde são originários.
Quase um milhão deles moram em Mianmar, país majoritariamente budista, boa parte nos campos de refugiados, principalmente no estado de Rakhine, no noroeste do país. A enviada especial das Nações Unidas em Mianmar, Yanghee Lee, expressou sua preocupação na última quinta-feira, declarando-se "gravemente preocupada" pela situação e exigindo que se "rompa urgentemente" o ciclo de violência.