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Justiça determina retirada de cordas vocais de cães por latidos incessantes

Vizinhos entraram com uma ação contra os donos dos animais e gravaram áudios como provas

Os cachorros pertencem à propriedade de Karen Szewc e John Updegraff. Há mais de uma década, eles usam caninos para proteger a fazenda de 1,3 hectare. Eles servem como guarda de cabras, ovelhas e galinhas.

Em 2012, os ;latidos incessantes; começaram a incomodar o casal vizinho, Dale e Debra Krein. Eles entraram com uma ação contra os fazendeiros e gravaram áudios como provas. Segundo o casal Krein, eles não conseguiam dormir nem assistir à televisão, além dos constantes sustos sofridos pelos visitantes, inclusive crianças.

Em 2015, os donos dos cachorros foram condenados a pagar pena de US$ 238 mil (cerca de R$ 750). Entretanto, a multa não acabou com os barulhos, o que sustentou a decisão da Justiça.
O Oregon Humane Society, órgão de defesa ao direitos dos animais, repudiou a medida. ;Estamos chocados;, afirmou David Lythe ao jornal The Oregorian.

A dona dos cães, Karen Szewc, também não concordou com a ação. ;Eles são meus funcionários. Não temos os cachorros para incomodar os vizinhos, mas para proteger nossas ovelhas. A próxima linha de defesa é uma arma. Não tenho que usar uma arma, posso proteger minhas ovelhas com os cachorros;, afirmou à imprensa local.


O que diz a lei?

Se nos EUA alguns estados permitem a cirurgia de retirada das cordas vocais de animais, no Brasil não é assim. Desde 2008, uma lei federal proíbe não só a cordectomia, mas também a caudectomia. Mais comum, a última consiste no corte da cauda dos animais.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária defende que esses procedimentos cirúrgicos têm como única finalidade a estética. Dessa maneira, os maus-tratos causados aos animais não se justificam. Veterinários que realizam esses procedimentos, inclusive, podem perder suas licenças.

*Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie