Manila - Milhares de filipinos pediram neste sábado (26/8) o fim das execuções extrajudiciais durante o funeral de um jovem morto pela polícia, que se transformou na maior manifestação até o momento contra a guerra antidrogas promovida pelo presidente Rodrigo Duterte.
A morte de Kian Delos Santos, de 17 anos, na semana passada, culminou em uma série de protestos contra a controversa, embora popular, campanha de Duterte para erradicar as drogas das Filipinas.
Para os manifestantes, a morte do jovem evidencia as repetidas violações dos direitos humanos feitas pela polícia.
Desde que Duterte assumiu o poder há 14 meses, a polícia afirma ter matado 3.500 pessoas durante as operações antidrogas. Milhares morreram também em crimes vinculados às drogas, em circunstâncias pouco esclarecidas.
O presidente e a sua política contra o narcotráfico contam com o apoio da maioria dos cidadãos filipinos, cansados da alta criminalidade no país e do seu lento sistema judicial, de acordo com várias pesquisas realizadas em âmbito nacional.
Porém, a morte de Delos Santos, filho de um vendedor ambulante e de uma auxiliar de limpeza imigrante, ocupou os espaços de todos os meios de comunicação e causou indignação da população.
Segundo a polícia, o jovem era um narcotraficante e atirou na polícia enquanto estava sendo preso. Entretanto, nas imagens de vigilância consegue se ver que dois policiais arrastaram um homem desarmado antes de matá-lo.
Uma autópsia da polícia revelou que Kian Delos Santos foi atingido por duas balas na cabeça enquanto estava no chão.