O presidente da Agência Nacional de Infraestrutura da Colômbia(ANI), Luis Fernando Andrade, apresentou nesta quinta-feira (24/8) sua demissão "irrevogável" ao cargo em meio ao escândalo gerado pelo pagamento de subornos da construtora Odebrecht no país, informaram hoje fontes oficiais. A informação é da EFE.
"Decidi apresentar minha demissão irrevogável para dar plenas garantias de imparcialidade à justiça e não pôr em risco a confiança que os cidadãos têm na ANI e no ambicioso programa de infraestrutura que tantos esforços requer", apontou o funcionário em um comunicado.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse que aceitou "com pesar a demissão de Luis Fernando Andrade e designou para o cargo o atual vice-ministro de Fazenda, Dimitri Zaninovich.
A Promotoria colombiana acusa Andrade do delito de interesse indevido na adjudicação de contratos e considera que ele teve um papel importante na contratação de obras da Odebrecht, especificamente no trecho Ocaña-Gamarra, contrato pelo qual, supostamente, a multinacional brasileira pagou um suborno de US$ 4,6 milhões através do ex-senador Otto Bula.
Até o momento e pelo caso da concessão da Ruta del Sol II e a sua adição à Ocaña-Gamarra, já foram detidos o ex-vice-ministro de Transporte Gabriel García Morales, o ex-senador Bula, e o ex-assessor da ANI Juan Sebastián Correa, além dos empresários Enrique e Eduardo Ghisays, César Hernández e Gustavo Urrego.
Também está na prisão o senador governista Bernardo Miguel "Ñoño" Elías. A primeira condenação pelo caso Odebrecht na Colômbia foi de sete anos, contra o empresário Ghisays Manzur pelos delitos de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.