O número de crianças em idade escolar sem moradia em Nova York está crescendo e caminha para alcançar mais de um em cada sete alunos do ensino fundamental, revelou um relatório divulgado nesta terça-feira (15/8).
Cerca de 100 mil estudantes, ou 9% dos alunos das escolas públicas da cidade, não tinham casa durante o ano acadêmico de 2015-16 - uma alta de 10% em apenas um ano, disse o Instituto para Criança, Pobreza e Falta de Moradia.
Nova York, uma cidade com enorme desigualdade social e a mais populosa dos Estados Unidos, sofre há muito tempo com uma crise de falta de moradia.
Com mais bilionários que qualquer outra cidade no mundo, a busca implacável por riqueza e a gentrificação leva moradores com salários mais modestos a terem que lutar para encontrar casas a preços acessíveis.
Mais de 140 mil crianças nas escolas públicas da cidade ficaram sem teto em algum momento dos últimos seis anos, afirmou o Instituto.
Se a tendência atual for mantida, mais de um em cada sete alunos de todas as escolas fundamentais vão experimentar falta de moradia, disse Anna Shaw-Amoah, principal analista política do Instituto.
"Muitas pessoas podem ter essa impressão", afirmou, quando questionada sobre a imagem de uma metrópole rica que Nova York tem. "Mas em cada distrito escolar há pelo menos 2% dos estudantes sem teto".
Um em casa seis estudantes classificados como aprendizes de língua inglesa não tinham casa no ano acadêmico de 2015-16.
A falta de casa tem efeitos adversos na performance escolar, mesmo se as crianças foram levadas para abrigos ou moradias permanentes, o relatório concluiu.
Estudantes em abrigos ficaram atrasados academicamente em relação aos colegas de turma, e um em cada quatro estudantes sem teto sem proficiência para o ensino fundamental desistiram do ensino médio.
Em quatro distritos no Bronx e no Brooklyn, menos que 46% dos estudantes sem moradia se formaram - bem abaixo da média da cidade, de 73%.