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Pedofilia: padres da Austrália preferem ir presos a expor abusos cometidos

Essas declarações foram dadas após uma investigação nacional realizada por uma comissão real por mais de quatro anos sobre as respostas institucionais aos abusos pedófilos

Sydney, Austrália - Os padres não são obrigados a expor os abusos sexuais a menores revelados no confessionário, declararam nesta terça-feira (15/8) os chefes da Igreja católica da Austrália, que preferem ir para a prisão a romper o segredo de confissão.

Essas declarações foram dadas após uma investigação nacional realizada por uma comissão real por mais de quatro anos sobre as respostas institucionais aos abusos pedófilos. O trabalho apresenta 85 propostas de reforma, divulgadas nessa segunda-feira (14/8), as quais incluem penalizar quem não denunciar casos dessa natureza, ou mesmo quem tiver tido conhecimento deles por meio da confissão.

"Não deve haver isenções, desculpas, proteções, ou privilégios a respeito dos crimes atribuídos ao clero", aponta o informe da comissão real. Um dos integrantes de maior influência do clero australiano, o arcebispo de Melbourne, Denis Hart, considerou que a confissão é uma parte fundamental da liberdade religiosa. Ao ser questionado sobre se os padres deveriam ir presos a romper esse sigilo, afirmou: "eu faria isso".

"Trata-se de uma comunicação sacrossanta, que emana de uma ordem superior e que os padres devem respeitar por natureza. Eles nunca fariam algo que prejudique os meninos", considerou. "Se uma lei diz que devo divulgar isso [...] vou me negar a aplicar a lei", declarou o padre jesuíta e advogado Frank Brennan ao jornal The Australian.