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Seis meses de Trump: o que ele pode fazer para salvar 2017 e vencer 2020

Historicamente, os dois primeiros anos da presidência costumam ser mais proveitosos para grandes reformas, antes das eleições que renovam metade do Congresso e que acontecerão em novembro de 2018


Quando candidato, Trump prometeu "um trilhão de dólares" em investimentos para a construção e reparação de estradas, pontes e sistemas de transporte.A ideia intriga a oposição dos democratas. Mas no Congresso, onde o orçamento de 2018 está atualmente em debate, ninguém aborda especificamente a questão da infraestrutura.
Para os republicanos que apoiam Trump, sua influência política e credibilidade residem na aprovação dessas duas reformas, na primeira vez desde 2006 que o partido controla a Casa Branca e as duas câmaras do Congresso.

... e em 2020
Historicamente, os dois primeiros anos da presidência costumam ser mais proveitosos para grandes reformas, antes das eleições que renovam metade do Congresso e que acontecerão em novembro de 2018. Essas batalhas políticas servem como uma prévia da guerra presidencial de 2020, para a qual Trump está decidido a concorrer à reeleição.

Nos primeiros 100 dias, Ronald Reagan viu quase todos os seus programas iniciais serem adotados. Barack Obama aprovou um pacote de incentivos econômicos no início de 2009, seguido do debate e eventual passagem de suas reformas de saúde e uma revisão do sistema financeiro, ambos em 2010.

Mas os primeiros passos de Trump expuseram uma administração confusa. E ele demonstrou pouco do conhecimento político de Reagan e Bill Clinton, que negociaram com Congressos controlados por seus opositores.
"Eu não acho que mesmo a aprovação de uma reforma fiscal neste momento faça muito para melhorar a percepção sobre ele, sua competência ou sua administração", afirmou à AFP Steve Gillon, professor de História na Universidade de Oklahoma.

E Peter Kastor, da Universidade de Washington, em St. Louis, reconhece que Trump pode não acreditar em uma crise de Segurança Nacional como foi o 11 de setembro para George W. Bush, ou a grande recessão enfrentada por Obama, para "vender" ou legitimar uma grande reforma no país. Além disso, "muitos dos fatores que dificultam o sucesso de um presidente já aconteceram com Donald Trump", disse Kastor, incluindo o escândalo sobre o possível conluio com a Rússia e a sua idade avançada (71 anos).

Gillon argumenta que Trump, com baixos níveis de aprovação, pode realmente se beneficiar se as preocupações com a Segurança Nacional forem levadas à frente. "A única coisa que poderia salvar Trump seria um grande incidente internacional, ou um grande ataque terrorista", assegura Gillon. "E ninguém quer que nenhum desses aconteça".