Em entrevista coletiva na quinta-feira (13/7) à noite em Shenyang, os médicos de Liu Xiaobo garantiram ter feito todo o possível para salvar o paciente. O estado de saúde do ativista se deteriorou subitamente, após receber a visita de médicos ocidentais, que lhe ofereceram tratamento no exterior. Os médicos chineses disseram que Xiaobo faleceu acompanhado da mulher, Liu Xia. Ela se encontra em prisão domiciliar desde 2010.
Representantes dos Estados Unidos e da União Europeia solicitaram a Pequim que ponha Liu Xia em liberdade e que lhe seja concedida autorização para deixar o país, se ela assim quiser. Ao ser questionado sobre essa possibilidade, o porta-voz da Chancelaria não a descartou categoricamente, limitando-se a declarar que não se pronunciaria sobre o tema.
Liu Xia está privada de contato com o exterior e nunca pôde ser entrevistada pela imprensa estrangeira sobre o estado de saúde de seu agora falecido marido. "Continua sob estreita vigilância", declarou à AFP o responsável pela Anistia Internacional na China, Patrick Poon. O dissidente Hu Jia, pessoa próxima ao casal, disse não ter notícias da família Liu, assim como do funeral do Prêmio Nobel. "Com certeza, as autoridades não vão nos deixar assistir", lamentou, em conversa com a AFP.
Desde a chegada ao poder do presidente Xi Jinping no final de 2012, a repressão política no gigante asiático aumentou. Além de reprimir defensores dos direitos Humanos, o governo também perseguiu seus advogados, prendendo dezenas de juristas e militantes.