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Aumenta pressão para que China liberte dissidente Liu Xiaobo

O opositor, de 61 anos, emblemático ativista pró-democracia, está hospitalizado em liberdade condicional, depois de passar oito anos na prisão para cumprir sentença por "subversão"


A China se opõe à ideia de Liu Xiaobo viajar ao exterior para receber tratamento, alegando que seu estado de saúde impede a saída. Na semana passada, dois médicos ocidentais que visitaram o paciente avaliaram que ele teria condições de deixar o país. Neste contexto, grupos de defesa dos direitos humanos acusam as autoridades de desenhar um panorama alarmista para justificar sua negativa de permitir que o opositor deixe o país.

Isolados
O site do estabelecimento continua a ser a única fonte de informação do estado de saúde do ativista, cujo nome é um verdadeiro tabu no país. Sua esposa, Liu Xia, está junto com ele no hospital, mas não pode ser contactada pela imprensa, pois está sob prisão domiciliar desde 2010.

"Continuamos preocupados que o senhor Liu e sua família não consigam se comunicar com o mundo exterior e que ele não esteja livre para buscar um tratamento médico a sua escolha", disse na quarta-feira à imprensa a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee.

O governo americano pediu a Pequim que liberte o ativista e sua esposa para que ele possa receber o tratamento apropriado. O governo alemão também solicitou que a China permita que o dissidente deixe o país e se prontificou a tratá-lo.

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, fez a mesma proposta. Em caso de morte na China, Liu Xiaobo se tornaria o primeiro Nobel da Paz a morrer privado da liberdade desde o pacifista alemão Carl von Ossietzky, que faleceu em 1938 em um hospital quando estava detido pelos nazistas.

Em 2009, o ativista foi condenado a 11 anos de prisão, acusado de "subversão" após reivindicar reformas democráticas no país. Foi um dos autores da chamada Carta 08, um manifesto que exigia a realização de eleições livres. Durante a cerimônia de entrega do Nobel em Oslo, em 2010, Xiaobo foi representado por uma cadeira vazia.