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Xi Jinping adverte contra desafios 'inadmissíveis' em Hong Kong

O presidente chinês acrescentou que Hong Kong tem "mais direitos democráticos e liberdades que em nenhum outro momento de sua história

Hong Kong, China - O presidente chinês, Xi Jinping, afirmou neste sábado que Hong Kong é atualmente mais livre do que nunca, mas advertiu para os desafios "inadmissíveis" contra a soberania chinesa nesta ex-colônia britânica.

"Todos os esforços para colocar em risco a soberania nacional, para desafiar a autoridade do governo central e a lei fundamental de Hong Kong, para utilizar Hong Kong para atingir ou sabotar a China continental cruzam a linha vermelha e são absolutamente inadmissíveis", declarou Xi Jinping durante um discurso por ocasião da posse da nova chefe do executivo da ilha.

O presidente chinês acrescentou que Hong Kong tem "mais direitos democráticos e liberdades que em nenhum outro momento de sua história". Enquanto isto, manifestantes a favor e contra Pequim se enfrentaram em um ponto não muito distante do local da cerimônia.

Partidários da China atacaram uma pequena manifestação de militantes que recordava as vítimas da repressão ao movimento de Tiananmen, em 1989, no momento em que os convidados para a posse chegavam ao centro de convenções.

Carrie Lam tomou posse em um ambiente tenso, na mesma data do 20; aniversário da devolução do território britânico à China.

Lam, 60 anos, designada - como seus predecessores - por um comitê eleitoral favorável a Pequim, já foi acusada de ser uma marionete do regime chinês, em uma cidade onde muitos pensam que a China deixou de respeitar o princípio de "Um país, dois sistemas" observado a partir de 1997.

A nova chefe do executivo local prestou juramento diante de uma grande bandeira chinesa, por volta das 09H00 local (22H00 Brasília), no centro de convenções, momentos antes do aperto de mãos com Xi Jinping, que efetua sua primeira visita a Hong Kong desde assumir a presidência chinesa, em 2013.

Na sexta-feira, o ministério chinês das Relações Exteriores considerou que a declaração sino-britânica de 1984, que fixou os termos da devolução de Hong Kong, já não é "pertinente".

O texto detalhava o princípio "Um país, dois sistemas" que, na teoria, garantia a Hong Kong liberdades desconhecidas no continente até 2047.

A cidade goza há 20 anos de privilégios únicos em comparação ao continente, como a liberdade de expressão, um sistema judicial independente e uma dose de voto universal na eleição de seu órgão legislativo.