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Morre Simone Veil, defensora da descriminalização do aborto na França

Grande figura da vida política francesa, essa acadêmica sobreviveu ao campo de extermínio de Auschwitz, para onde foi deportada aos 16 anos, e encarnava, para os franceses, a memória do Holocausto


Pelo Twitter, o presidente francês, Emmanuel Macron, enviou de imediato uma mensagem de pêsames para a família. "Que seu exemplo possa inspirar nossos compatriotas, que encontrarão nele o melhor exemplo da França", tuitou. Em nota à AFP, o agora ex-presidente François Hollande também homenageou uma mulher que "encarnou a dignidade, o valor e a integridade". "A França perde uma mulher excepcional, uma grande testemunha e uma militante da memória da Shoa", afirmou o presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (Crif), Francis Kalifat.

Essa centrista histórica, membro do Conselho Constitucional de 1998 a 2007, entrou na política em 1974, momento em que ganha notoriedade ao promover a lei sobre a interrupção voluntária da gravidez, aprovada nesse mesmo ano e que levaria seu nome. De 1993 a 1995, Veil foi ministra de Estado, dos Assuntos Sociais, da Saúde e da Cidade, no governo de direita de Edouard Balladur, sob a presidência de François Mitterrand.

A mensagem de Simone Veil "permanece viva no que diz respeito ao direito e ao papel das mulheres na Europa e, igualmente, ao antissemitismo", disse à AFP o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, logo após o anúncio do falecimento. "Sua vida é um exemplo a ser seguido. Após o chanceler alemão Helmut Kohl (morto em 16 de junho), perdemos mais uma grande figura europeia", lamentou.

"Ela viveu na pele as tragédias da Europa e soube, por meio de seu engajamento político, contribuir para a construção de uma paz durável na Europa", reagiu, por sua vez, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em carta a Emmanuel Macron