Agência France-Presse
postado em 29/06/2017 08:21
Xi Jinping chegou nesta quinta-feira (29/6) a Hong Kong, para sua primeira visita ao território como presidente chinês, por ocasião do 20; aniversário do retorno do controle desta ex-colônia britânica à China. Atualmente, a cidade se encontra muito dividida sobre a influência de Pequim.
Há 20 anos a bandeira do Reino Unido deixou de ser hasteada, sob o olhar do príncipe Charles da Inglaterra e do ex-primeiro-ministro britânico, Tony Blair, em um local que era uma colônia britânica desde 1841. Duas décadas depois, alguns cidadãos de Hong Kong consideram que a China está reforçando sua influência política, ignorando o famoso princípio "Um país, dois sistemas" determinado durante a devolução.
O princípio garantiria a Hong Kong, em tese até 2047, um regime de liberdades desconhecidas na China continental. "Após nove anos, estou novamente pisando no solo de Hong Kong. Estou muito feliz. Hong Kong terá sempre um lugar no meu coração", disse Xi Jinping ao chegar ao aeroporto de Chek Lap Kok.
O avião presidencial pousou por volta do meio-dia (1h Brasília) no aeroporto de Hong Kong, marcando o início de uma visita que terminará no sábado, com a posse da nova chefe do executivo local, Carrie Lam. A visita do Xi Jinping, que chegou à presidência em 2013, ocorre em meio a um espetacular esquema de segurança.
As ruas próximas ao centro de convenções, um gigantesco prédio situado diante do mar na ilha de Hong Kong que sediará alguns dos eventos programados para a visita, foram cercadas por barreiras de segurança repletas de água, impossíveis de mover por eventuais manifestantes.
A polícia anunciou que adotará "medidas de segurança contra terrorismo" para garantir a proteção do presidente chinês. Na quarta-feira, o líder do movimento estudantil pró-democracia Joshua Wong foi detido durante um protesto contra a visita de Xi Jinping.
Joshua Wong, considerado o rosto do movimento rebelde que surgiu na ex-colônia britânica em 2014, e 20 ativistas protestaram diante de um monumento que simboliza a devolução de Hong Kong à China. Alguns cidadãos de Hong Kong consideram que a China está reforçando o controle do pequeno território, em particular sobre os meios de comunicação e a liberdade de expressão.