Bahrein, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos sinalizaram neste domingo que podem permitir que alguns cidadãos do Catar permaneçam em seus países mesmo com o rompimento diplomático com a nação do Golfo Pérsico. Enquanto isso, o Catar prometeu que os cidadãos dessas nações terão "liberdade completa" para ficar no país.
As três nações do Golfo cortaram os laços com o Catar no dia 5 de junho por causa do suposto apoio a grupos terroristas e ordenaram que todos os cidadãos do Catar deixassem o país dentro de 14 dias, enquanto chamaram seus próprios cidadãos de volta. Isso criou confusão em todas as nações sunitas do Golfo Pérsico, cujos cidadãos se casam regularmente e realizam negócios entre países que compartilham laços históricos e culturais.
Na manhã deste domingo, os três países emitiram declarações indicando que famílias formadas por diferentes nacionalidades deveriam entrar em contato com seus respectivos ministérios do interior, que levariam em consideração as "circunstâncias humanitárias" da situação.
O Catar, por sua vez, emitiu uma declaração dizendo que os residentes do país provenientes das nações que cortaram laços teriam "liberdade completa" para permanecer em seu território, apesar das "campanhas hostis e tendenciosas" que são direcionadas a ele. "O estado do Catar, de acordo com suas convicções e princípios firmes, trabalha para evitar conflitos políticos com estados e governos ao lidar com seu povo", disse o ministério. "Aqueles residentes têm a liberdade total para permanecer no estado do Catar de acordo com as leis e regulamentos adotados pelo estado".
A crise diplomática, a pior desde a invasão do Kuwait pelo Iraque em 1990 e a subsequente Guerra do Golfo, levou nações árabes e outros países a cortarem os laços com o Catar, que abriga uma importante base militar dos EUA e será o anfitrião da Copa do Mundo da Fifa em 2022. Doha é um importante centro de conexões de viagens internacionais, mas o operador principal, a Qatar Airways, agora voa cada vez mais pelo Irã e Turquia, depois de ter sido bloqueado em outros lugares do Oriente Médio
O emir governante do Kuwait passou por alguns países tentando mediar um fim para a crise. Neste domingo, o ministro das Relações Exteriores do Kuwait, xeque Sabah Al Khaled Al Sabah, disse em uma declaração que o Catar está "disposto a manter um diálogo" para terminar a crise e que a unidade entre as nações do Golfo permanece "primordial". Até agora, as nações envolvidas ainda não realizaram negociações presenciais.