[FOTO953538]
Londres, Reino Unido - Doze pessoas foram detidas neste domingo como parte da investigação do atentado de sábado à noite em Londres que deixou sete mortos, além dos agressores, e que a primeira-ministra britânica Theresa May atribuiu ao extremismo islâmico. Agentes da unidade antiterrorista da Polícia Metropolitana realizaram a detenção de "12 pessoas no bairro de Barking, zona leste de Londres, em conexão com os incidentes da noite passada na London Bridge e na área do Borough Market", anunciou a polícia em um comunicado.
As operações prosseguem na área. Barking é um bairro modesto do leste de Londres. Três homens atropelaram com uma van os transeuntes na famosa London Bridge, antes de descer do veículo e esfaquear várias pessoas no Borough Market, em uma área de bares e restaurantes ao redor do mercado.
A polícia matou os três homens apenas oito minutos depois de receber o primeiro alerta sobre o incidente. "Infelizmente, acabam de confirmar que sete pessoas morreram", afirmou a chefe de polícia da capital inglesa, Cressida Dick. A polícia também informou que 48 pessoas foram hospitalizadas.
[SAIBAMAIS]Entre os feridos estão quatro franceses, um espanhol e um australiano, de acordo com seus respectivos governos. Após uma reunião extraordinária de seu comitê de segurança, May disse que o país enfrenta "uma nova forma de ameaça", na qual os autores dos atentados "copiam uns aos outros" e se inspiram em "uma ideologia do mal do extremismo islâmico".
"O terrorismo alimenta o terrorismo e os autores passam ao ato não com base em complôs cuidadosamente preparados, e sim porque são agressores que copiam uns aos outros utilizando os meios mais ordinários", disse May em Downing Street após a reunião.
Vencer a ideologia islamita "é um dos grandes desafios do nosso tempo", completou, antes de ressaltar que a resposta não deve ser apenas realizar operações antiterroristas continuamente, e sim levá-la ao terreno das ideias e a internet "para evitar a propagação". Quase todos os partidos suspenderam a campanha neste domingo, mas esta continuará "amanhã (segunda-feira) e as eleições gerais acontecerão como estava previsto na quinta-feira, 8 de junho", disse May.
Oito minutos infernais
"Às 22H08 (18H08 de Brasília) de ontem começamos a receber avisos de que um veículo havia atropelado transeuntes na London Bridge", disse um porta-voz da polícia. "O veículo prosseguiu da London Bridge para Borough Market. Os suspeitos abandonaram o veículo e um número de pessoas foi esfaqueado", acrescentou a mesma fonte.
"Policiais armados responderam rapidamente e de forma corajosa, enfrentando os três homens suspeitos, que foram atingidos por tiros e morreram", explicou o porta-voz.
A morte dos suspeitos aconteceu "em oito minutos" desde que a Polícia recebeu o alerta do incidente, elogiou a mesma fonte. "Os suspeitos estavam com algo que pareciam cinturões de explosivos, mas que depois se revelaram falsos", concluiu.
Gerard Vowls, de 47 anos, que estava assistindo a final da Champions League no pub Ship, afirmou ao jornal The Guardian que viu o momento em que esfaquearam uma mulher de 10 a 15 vezes. "Ela dizia ;me ajuda;, ;me ajuda;, e não pude fazer nada", lamentou.
Vowls jogou cadeiras, vasos e garrafas na direção dos agressores para tentar afastá-los da mulher. "Eles voltaram para tentar me esfaquear. Quero saber se a mulher está bem. Estou chorando há uma hora e meia, dando voltas, não sei o que fazer", disse, muito abalado. Outra testemunha, Alex Shellum, disse à BBC que estava em um bar na London Bridge com amigos quando "uma mulher ferida entrou e pediu ajuda". "Ela sangrava muito no pescoço, parecia que haviam cortado o seu pescoço. As pessoas tentaram estancar a hemorragia".
Gerard, que também estava na área, disse à BBC que viu um homem dando pelo menos 10 facadas em uma jovem. "Estavam esfaqueando todo mundo. Corriam e gritavam: ;Isto é por Alá!'", relatou.
Terceiro atentado em menos de três meses
O atentado aconteceu a quatro dias das eleições legislativas e foi o segundo no Reino Unido em menos de duas, depois do ataque que deixou 22 mortos em Manchester em 22 de maio em um show da cantora Ariana Grande, e o terceiro em menos de três meses. O ataque se parece com o executado em 22 de março perto do Parlamento, quando um homem atropelou várias pessoas na ponte de Westminster e depois esfaqueou um policial. Cinco pessoas morreram na ação terrorista.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aproveitou o atentado para pedir à justiça de seu país que retire o bloqueio a seu decreto que pretende proibir a entrada no território americano de pessoas de certas nacionalidades. "Precisamos da proibição de viajar como nível adicional de segurança", escreveu no Twitter.
Trump também ofereceu ajuda ao aliado europeu. "Tudo o que os Estados Unidos puderem fazer para ajudar Londres e o Reino Unido, estaremos lá. ESTAMOS COM VOCÊS. QUE DEUS OS ABENÇOE", tuitou Trump.
A chanceler alemã Angela Merkel expressou solidariedade e disse que "hoje estamos unidos além de qualquer fronteira pelo horror e o luto, mas também pela determinação". O presidente russo Vladimir Putin também condenou o atentado e expressou "profundos pêsames" ao povo britânico.