Bagdá, Iraque -A presença de civis nos setores de Mossul onde as forças iraquianas enfrentam os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) freia o avanço das tropas pró-governo, anunciou nesta quinta-feira um porta-voz militar.
Sete meses depois do lançamento de uma operação na segunda cidade do Iraque, conquistada pelo EI em 2014, as forças iraquianas retomaram a maior parte de Mossul, excetuando-se a Cidade Velha.
Mas os setores ainda nas mãos dos extremistas estão densamente povoados, com cerca de 200.000 civis, segundo a ONU, em sua maioria na Cidade Velha.
Por enquanto os combates se situam ao norte desta localidade, um labirinto de ruelas e edifícios muitos próximos uns aos outros, cuja reconquista será difícil.
"O avanço continua", indicou à AFP Yahya Rasul, o porta-voz do comando conjunto das operações (JOC), embora tenha reconhecido que "a presença de civis perturba o nosso avanço" e que sem isso "conseguiríamos seguir muito mais rápido".
"Centenas de famílias passaram pelos corredores" protegidas pelas forças iraquianas para fugir, acrescentou.
Segundo a ONU, mais de 750.000 famílias abandonaram as suas casas desde o início,em outubro, da ofensiva contra Mossul, o último reduto do EI no Iraque, uma cifra que poderia aumentar drasticamente na última fase das operações.
As forças iraquianas têm o apoio de uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, que na semana passada reconheceu a morte de 105 civis em um de seus bombardeios contra Mossul porque o edifício atacado escondia explosivos dos extremistas.