Brest, França - A justiça francesa anunciou nesta quinta-feira a abertura de uma investigação preliminar por supostas irregularidades sobre uma transação imobiliária que envolve um ministro do presidente Emmanuel Macron. O anúncio da investigação de Richard Ferrand, ministro da Coesão de Território, coincide com a apresentação nesta quinta-feira de uma nova lei sobre a ética na política que o chefe de Estado havia prometido durante a campanha eleitoral.
Na semana passada, a imprensa revelou que a companheira de Ferrand foi beneficiada pela concessão de um contrato de aluguel por parte de uma seguradora na qual ele era então o diretor geral (entre 1998 e 2012). Também está sendo investigado um contrato de seu filho, que trabalhou vários meses como assistente parlamentar de Ferrand.
A Promotoria havia considerado anteriormente que estes fatos não constituíam uma infração, mas após uma "análise de elementos complementares" decidiu pedir à polícia a abertura de uma investigação preliminar. "Esta investigação terá o objetivo de reunir todos os dados que permitam uma análise completa dos fatos e entender se estes são suscetíveis ou não de ser uma infração penal", afirma o promotor Eric Mathais em um comunicado.
Ferrand nega categoricamente ter cometido qualquer irregularidade e descartou a possibilidade de renunciar ao cargo. Mas em plena elaboração de uma lei sobre a ética na política, o caso fragiliza a posição do ex-socialista, que foi um dos primeiros políticos a anunciar apoio a Macron. No momento Ferrand conta com o apoio do presidente e do primeiro-ministro Edouard Philippe.