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Parlamento venezuelano e Eurocâmara condenam Constituinte

Presidentes do Parlamento e da Eurocâmara afirmam que convocação de Constituinte é um golpe de Estado

Bruxelas, Bélgica - O presidente do Parlamento da Venezuela, o opositor Julio Borges, e o presidente da Eurocâmara, Antonio Tajani, chamaram nesta quarta-feira de "golpe de Estado" a convocação de uma Assembleia Constituinte pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro.

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"A ideia da Assembleia Constituinte não é outra que a de prolongar o golpe de Estado na Venezuela", declarou Borges após se reunir com Tajani, para quem isto representa "um novo golpe com o único objetivo de consolidar o regime autoritário". A Venezuela atravessa uma grande tensão política desde o início dos protestos da oposição contra Maduro em 1; de abril, e que já deixaram 60 mortos e mais de mil feridos, de acordo com a Procuradoria, e cerca de 3.000 presos, segundo a ONG Foro Penal.

Neste contexto, o presidente venezuelano anunciou em julho a eleição de uma Assembleia Constituinte, que a oposição considera "fraudulenta", com o único objetivo de perpetuar Maduro no poder. Para o presidente do Parlamento da Venezuela, controlado pela oposição, "trata-se de uma Constituinte não eleita, elaborada corporativamente, sem uma chamada ao povo venezuelano, que irá produzir mais divisão, mais problemas, mais violência".

Borges pediu ajuda às instituições comunitárias para que "aqueles que violaram os direitos humanos sejam punidos" pela UE. "A violação dos direitos humanos não pode ter fronteiras", acrescentou. Recordando que os Estados Unidos impuseram sanções contra juízes do Supremo Tribunal da Venezuela, o presidente do Parlamento Europeu anunciou que enviará uma carta aos líderes das instituições da UE para ver quais medidas podem ser tomadas.

Numa resolução em abril, o Parlamento Europeu condenou a "brutal repressão" na Venezuela. Caracas acusou de "ingerência" a Eurocâmara e seu presidente. A UE expressou várias vezes sua preocupação com a Venezuela e pediu que o governo liberte os presos políticos, aceite a entrada de ajuda humanitária e convoque eleições