A reforma do Código de Trabalho adotada pelo governo de Mariano Rajoy em 2012 voltou a ser o principal alvo de críticas dos manifestantes.
É um protesto "para demonstrar ao Governo, ao senhor Rajoy, que a Espanha idílica que nos vendem não é a que conhecemos", afirmou um organizador do protesto, Víctor Jiménez, em um vídeo difundido antes da manifestação.
Um cartaz trazido à frente da marcha dizia "Pão, trabalho, teto e igualdade".
Depois de sete anos de crise econômica, a Espanha recuperou em 2014 o caminho do crescimento, com uma taxa de desemprego que, depois de beirar os 27% no ano anterior, agora está em 18,7%.
No entanto, para Silvia Salamanca, outra organizadora do evento, "não podemos nos deixar enganar pela chamada recuperação econômica e pela chamada regeneração do emprego". O trabalho "que está sendo criado é um emprego precário com condições trabalhistas míseras e salários ínfimos", declarou.
A reforma de 2012 reduziu, em particular, as indenizações por demissão e autorizou as demissões coletivas sem razão econômica. O salário mínimo espanhol é de 825 euros mensais. apesar de um aumento do 8% no começo do ano.
María Luisa Rodríguez, uma auxiliar de apoio a domicílio de 44 anos, profissional encarregada de cuidado a idosos e pessoas dependentes, que trabalha em León (norte), denunciou que seu salário é de menos de 800 euros por mês por um trabalho em meio período, que na verdade a ocupa todo o dia.
"Estamos à disposição de manhã até a noite, mas me pagam apenas por 27,5 horas porque não nos pagam as horas mortas, nem as horas de trajeto entre dois domicílios", assegurou à AFP esta manifestante.
Vários cartazes denunciavam a corrupção no Partido Popular de Rajoy, envolvido em escândalos nos anos recentes.
A primeira "Marcha pela dignidade" foi celebrada em 22 de março de 2014, em Madri.