Em uma carta à qual a AFP teve acesso, Fedwa Barghuti pede ao pontífice para que "peça o respeito aos direitos dos palestinos, incluindo dos prisioneiros políticos".
Um apelo do Vaticano, que reconheceu o Estado da Palestina, "permitiria que o sofrimento dos prisioneiros submetidos a um regime de isolamento chegue a todo o mundo", indica, afirmando escrever "em nome de todas as famílias" de detidos.
Os palestinos têm aumentado os seus contatos internacionais desde que em 17 abril mil detentos iniciaram uma greve de fome em várias prisões israelenses.
Eles esperam alertar sobre as condições de detenção de 6.500 palestinos presos por Israel, incluindo dezenas de mulheres e crianças, e denunciar o sistema judicial israelense aplicado aos palestinos nos territórios ocupados.
Há 15 anos, Marwan Barghuti foi processado pela justiça israelense que o acusava de assassinato por seu papel na segunda Intifada (2000-2005), um levante palestino marcado por sangrentos ataques contra israelenses.
[SAIBAMAIS]Condenado a cinco prisões perpétuas, seus partidários o chamam de "Mandela palestino", enquanto Israel o considera um "terrorista".
Vários países estrangeiros e o Parlamento Europeu pediram a sua libertação, considerando que tal medida poderia ajudar a encontrar uma solução para o conflito com Israel.
"Os tribunais israelenses são um instrumento de opressão e não da justiça, em particular os tribunais militares, cuja taxa de condenação de palestinos varia entre 90% e 99%", afirma Fedwa em sua carta.
A carta foi enviada dias depois de as autoridades israelenses divulgarem dois polêmico vídeos de Marwan Barghuti, gravados secretamente em sua cela e que mostram o detento comendo.
Seus defensores afirmam que os vídeos foram manipulados. Além disso, a rede de restaurantes Pizza Hut teve que pedir desculpas porque sua franquia israelense usou os vídeos para ganhar publicidade.
Os palestinos convocaram um novo dia de mobilização em solidariedade aos grevistas na quinta-feira.