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Rebeldes sírios suspendem participação em negociações de paz de Astana

Ato ocorre em protesto pelos bombardeios contra civis na Síria

Astana, Cazaquistão - Os rebeldes sírios anunciaram nesta quarta-feira (3/5) que suspendiam sua participação nas negociações de paz com o regime de Damasco, patrocinadas pela Rússia e iniciadas horas antes no Cazaquistão, até que cessem os bombardeios em seu país.

[SAIBAMAIS]"A delegação rebelde suspende suas reuniões devido aos violentos bombardeios aéreos contra civis. A suspensão será mantida até que estes bombardeios parem em toda a Síria", disse uma fonte rebelde em Astana, capital do Cazaquistão, que abriga as negociações.

Este anúncio foi feito no início das negociações em Astana sob a égide dos "padrinhos" russo e iraniano do regime de Bashar Al Asad, e do "padrinho" turco dos rebeldes, e na presença do enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura.

O regime e os rebeldes haviam começado a falar de um projeto proposto por Moscou sobre "zonas de desescalada" em todo o país, segundo fontes próximas da oposição consultadas pela AFP. O documento, do qual a AFP obteve uma versão em árabe, pedia a criação de "zonas de desescalada" nos territórios rebeldes de Idlib (noroeste), na província central de Homs, no enclave rebelde da Ghuta (na periferia leste de Damasco) e na parte meridional do país.

Estas zonas têm por objetivo "colocar fim imediatamente à violência" e "fornecer condições para um retorno seguro e voluntário dos refugiados". As negociações de Astana discutem principalmente os assuntos relacionados à segurança na Síria, enquanto as negociações mais políticas sobre o futuro deste país em guerra são realizadas em Genebra, e até agora não deram resultados.