Hong Kong, China - Dois parlamentares pró-independência de Hong Kong impedidos de ocupar suas cadeiras no Parlamento após uma intervenção de Pequim foram detidos nesta quarta-feira, acusados de perturbação da ordem pública no Congresso da ex-colônia britânica, anunciou seu partido político.
Baggio Leung e Yau Wai-ching foram detidos em suas residências e serão acusados por "reunião ilegal" de acordo com a página no Facebook do partido Youngspiration. Os dois integram uma nova geração de ativistas que exigem uma separação total de Hong Kong da China, no momento em que muitos habitantes desta região semiautônoma percebem um crescente domínio de Pequim sobre os temas da ex-colônia britânica.
Os pedidos reforçados de independência surgiram nos protestos conhecidos como ;Movimento dos Guarda-Chuvas; em 2014, que fracassou em sua tentativa de convencer a China a conceder reformas políticas. Nove ativistas democratas, incluindo estudantes, professores e deputados, foram indiciados no mês passado por seu papel na revolta de 2014.
As acusações, denunciadas pelos defensores dos direitos humanos, acontecem poucas semanas antes de uma visita a Hong Kong do presidente chinês Xi Jinping por ocasião do 20; aniversário da devolução da colônia britânica a China, em 1 de julho de 1997.
De acordo com a página no Facebook de Yau Wai-ching, os dois parlamentares foram acusados de tentativa de ignorar a proibição de entrar no Parlamento, em novembro do ano passado. No incidente, os confrontos com seguranças do local deixaram três feridos.
Os dois jovens parlamentares detidos foram eleitos no fim de 2016, mas não assumiram as funções depois que protestaram na cerimônia de juramento do cargo com cartazes que exibiam a frase "Hong Kong não é China". Em uma "interpretação" pouco frequente da Constituição de Hong Kong, a China considerou que os dois deveriam ser destituídos, o que foi confirmado pela justiça da ex-colônia britânica.