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Polícia estuda a pista extremista nas explosões de Dortmund

Segundo o jornal Bild, 30 policiais com colete à prova de balas vigiam o hotel dos jogadores do Real Madrid. Os ônibus das equipes estão estacionados em um local seguro

A polícia alemã está estudando a possibilidade de que as três explosões que ocorreram na terça-feira perto do ônibus em que viajavam os jogadores do Borussia Dortmund esteja relacionadas com o extremismo islamita. A equipe, que voltou aos treinos nesta quarta-feira, assegurou que "não cederá ao terrorismo". A chanceler alemã Angela Merkel se declarou horrorizada com o ataque contra a equipe e prometeu que os investigadores farão todo o possível para localizar e punir os autores.
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"Quero que a equipe mostre à sociedade que não cederemos frente ao terrorismo", assinalou o diretor-geral do clube, Hans-Joachim Watzke no Twitter. O presidente do clube, Reinhard Rauball, por sua vez, anunciou que a operação de Marc Bartra, o zagueiro espanhol que ficou ferido no ataque, foi um êxito.

Bartra sofreu uma intervenção cirúrgica em seu pulso direito, atingido pelos fragmentos de vidro resultantes das explosões. Segundo o jornal Süddeutsche Zeitung e os canais de televisão WDR e NDR, uma carta encontrada no local reivindica o ataque "em nome de Alá", e fala da participação da Alemanha na coalizão contra o grupo Estado Islâmico (EI), assim como menciona o atentado de dezembro contra uma mercado natalino em Berlim.

[SAIBAMAIS]Segundo o Süddeutsche Zeitung, os investigadores mantêm a prudência porque "é possível que quem cometeu o ato queira criar uma pista falsa". De acordo com a agência de notícias alemã DPA, existe outra reivindicação do ataque circulando na internet e que atribuiria o ato a um movimento antifascista. As três explosões atingiram o ônibus do Borussia Dortmund antes da partida contra o Monaco pelas quartas de final da Liga dos Campeões.

O ônibus iniciou a rota no hotel do time rumo ao estádio, a 10 quilômetros de distância, quando "três cargas explosivas foram detonadas", comunicou o porta-voz da polícia Gunnar Wortmann. Além de Bartra, um policial que escoltava o veículo também ficou ferido por causa do barulho da explosão.

O goleiro suíço Roman Burki contou que, depois da explosão, "todos nós nos agachamos no ônibus e quem conseguiu se deitou no chão". A polícia informou que as cargas explosivas provavelmente estavam escondidas em um arbusto. A Uefa decidiu que a partida Borussia-Monaco seria adiada para esta quarta-feira, em com acordo com as equipes.

A organização da partida anunciou o adiamento do jogo através do sistema de som do estádio. O locutor pediu que o público permanecesse no Signal Iduna Park por quase meia hora antes de sair e garantiu que não havia nenhum motivo para pânico, apesar dos últimos casos de atentados terroristas na Europa.

Depois, os torcedores dos dois times deixaram o estádio sem incidentes. Os cerca de 3.000 torcedores do Monaco presentes saíram aos gritos de "Dortmund! Dortmund" e cantando o hino francês, sob aplauso do público.

"Como os habitantes de Dortmund e milhões de pessoas, a chanceler está horrorizada com este este ataque contra o ônibus do BVB", declarou o porta-voz de Merkel. Ele prometeu ainda que os investigadores "farão todo o possível para encontrar e levar ante a justiça os culpados".


Reforço policial

Nesta quarta-feira, o técnico do Dortmund, Thomas Tuchel, vai conversar com seus jogadores, que na noite de terça-feira voltaram para suas casas. "Nós podemos imaginar como devem ter dormido", afirmou Rauball.

"Evidentemente é uma situação muito difícil, que a equipe jamais viveu. Mas acreditamos que a equipe dará o melhor de si mesma". As medidas de segurança na cidade foram reforçadas em torno do estádio para o jogo desta quarta. O ataque contra o ônibus também levou ao reforço da segurança da partida Bayern de Munique-Real Madrid na Allianz Arena da cidade bávara. Segundo o jornal Bild, 30 policiais com colete à prova de balas vigiam o hotel dos jogadores do Real Madrid. Os ônibus das equipes estão estacionados em um local seguro.