Jornal Correio Braziliense

Mundo

'Ele me estuprou', revela ex-amante de Pablo Escobar

Livro de Virginia Vallejo sobre relação com o famoso narcotraficante colombiano chegou ao Brasil no mês passado


"Ele me estuprou. Fez porque acreditava que eu iria viver na Europa com Gilberto Rodríguez [chefe do cartel de Cali e inimigo de Escobar]. Pensei por um momento em viver com Gilberto, tenho que ser honesta. Não quero descrever essa cena em detalhes porque está muito bem contada no livro. Mas ele me asfixiou com um travesseiro enquanto me estuprava. Queria me matar e não teve coragem", descreve Virginia.

De acordo com ela, Escobar não chegou a pedir perdão pelo ocorrido. "Eu chorava e ele também. Ele gemia como uma fera, um leão. Quando terminou, comecei a me arrumar para ir embora. Ao me ver linda, sentou-se em um colchão no chão, olhando para baixo. Ele não pediu desculpas, mas a linguagem corporal disse tudo. Eu estava com raiva e disse que ele gostava de ficar com meninas inocentes - tinha uma predileção por virgens - porque elas não fazem comparações com grandes amantes", descreveu.

Vallejo disse, ainda, outros detalhes do relacionamento dos dois durante a entrevista: "Ele tinha o pênis pequeno e fazia amor como um menino do campo, não era bom de cama. E sabia que meu ex, Aníbal, tinha fama de ser o melhor amante do mundo, um mito em dois continentes [risos]". Eles se conheceram enquanto ela saía com o empresário colombiano Aníbal Turbay e, a partir daí, mantiveram um caso enquanto Pablo era casado e tinha um filho.

"Nessa época, eu tinha um programa que era transmitido todos os dias às 6 da tarde. O negócio ia terrivelmente mal. Estávamos devendo dinheiro até a cabeça. Decidi ligar para Pablo - que eu sabia que queria ser político -, perguntando se tinha interesse em comprar horário publicitário no programa. Ele deu uma quantia enorme de dinheiro e pediu, em troca, uma nota de cinco minutos sobre o trabalho social que fazia em um aterro sanitário nos arredores de Medellín. Topei. Quando vi como ele ajudava aquelas pessoas, dando moradia, decidi dedicar todo o programa a ele. Saí muito tocada", lembrou.

Em seguida, os dois marcaram um jantar e deram início à relação que durou até 1987, depois que o narcotraficante passou a elaborar planos "megalomaníacos", até similares ao 11 de setembro, segundo. "Estava em contato com os terroristas separatistas espanhóis do ETA para aprender a usar dinamite e implodir o Pentágono. Para mim, a diferença entre um assassino e um terrorista é a dinamite. O assassino mata o inimigo, o amante da mulher. O terrorista mata todos: homens, mulheres, crianças. Aí me dei conta de que tinha de deixá-lo", refletiu.